“Todas as coisas não comunicadas, que não foram nunca confiadas a ninguém, deixam de existir, pois não há para elas lugar permanente na realidade” Vera S. Telles.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Incomodados com Veja?
** Veja sempre pegou pesado, sempre misturou opinião com informação, sempre enfiou declarações descontextualizadas na boca dos entrevistados. Sempre aberta a "plantações", durante 20 anos ACM deitava e bordava, depois abriu-se indiscriminadamente aos "grampos", enturmando-se com quem tinha um saquinho de lama para jogar no desafeto.
** Veja sempre simplificou e distorceu. E quanto mais leve e saborosa pretendia ser, mais desqualificada. Mesmo quando a favor.
* Veja sempre praticou vendetas. A revista tem uma lista negra, própria e implacável, "não-pessoas" e "não-entidades" condenadas à inexistência. Através deste index Madame Torquemada assume-se como dona da verdade e senhora dos destinos. Sempre incensou os amiguinhos, sempre condenou ao ostracismo os que não faziam parte da curriola.
* Veja sempre produziu megalomanias em estado puro, forjadas pelo simples ato de colocar na cadeira do diretor de Redação profissionais sem o estofo adequado. O chamado estilo Veja não caiu do céu, foi sendo consolidado ao longo dos últimos 20 anos. Mario Sergio Conti, em Notícias do Planalto conta muita coisa sobre o patriarca e a gênese deste estilo. Admite que o praticou – era a escola, todos deveriam adotá-la por convicção ou mimetismo.
A diferença agora é que Veja pegou numa instituição-darling. E todos chiaram. Acabou a impunidade. Veja (e os que pretendem imitá-la) passarão a receber troco.
O documento apócrifo contra Veja que circulou nas duas ultimas semanas pelo Outlook de milhares de brasileiros – multiplicado pelo "agit-prop" do MST – é o retorno de um bumerangue lançado pelo próprio semanário com sua matéria abjeta.
Como avalia o procedimento adotado por Veja para incluí-lo na matéria?
José de Souza Martins – Considero-o um desrespeito à minha pessoa e ao meu trabalho. Em conseqüência, tenho recebido mensagens de insulto até de ex-alunos, espantados com a "minha mudança". Esse é um comportamento cujos efeitos danosos dificilmente serão consertados ao longo de minha vida pessoal e profissional. Quem leu a matéria de Veja, especialmente quem não me conhece, dificilmente lerá o artigo original e dificilmente levará em conta o conjunto de minha obra e o meu próprio caráter.
O que dizer da cobertura que a mídia faz do MST e da questão da reforma agrária?
José de Souza Martins – A mídia está desinformada. A questão agrária é muito complicada e os jornalistas parecem não ter tempo nem paciência para entendê-la, fazer as perguntas corretas e formar corretamente a opinião pública. Na cobertura que faz das ações do MST tenta apenas trazê-lo para o espetáculo da informação, sem se preocupar com as óbvias contradições do movimento e com os graves problemas sociais que o motivam e as graves injustiças que lhe deram vida. A mídia também cobre mal importantes inovações na ação do governo, que institucionaliza um amplo programa de intervenção na questão agrária, para atenuar ou suprimir os erros e defeitos da Lei de Terras de 1850, responsável pelos problemas que estamos vivendo, e na ação do Estado.
Confira mais em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/iq20052000.htm#questao01
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