“Todas as coisas não comunicadas, que não foram nunca confiadas a ninguém, deixam de existir, pois não há para elas lugar permanente na realidade” Vera S. Telles.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
A Juventude quer comunicar!
Integrantes do Processocom, Movimento Sem Terra, professores e alunos da Escola Nova Sociedade discutem sobre Juventude e Comunicação.
Na próxima sexta-feira (13), integrantes do Processocom, jovens assentados, professores e militantes do Movimento Sem Terra (MST) debaterão sobre os desafios e possibilidades entre comunicação alternativa e juventude. O encontro será na Escola Estadual de Ensino Médio Nova Sociedade, localizada no assentamento Itapuí, interior do município de Nova Santa Rita, há 21 km de Porto Alegre (RS).
A ideia desse encontro surgiu da Professora Elizabete Witcel, especialmente após perceber que alunos e professores discutiam sobre as possibilidades de criação de um jornal ou de uma rádio na escola: “tem um grupo muito animado e se pudermos fazer um encontro tenho certeza que eles e alguns professores irão levar adiante a ideia de uma rádio ou de jornal na escola, ou até mesmo aqui nos assentamentos”, destaca. Para Elizabete, a comunicação é espaço educativo privilegiado: “todos os alunos querem comunicar, pois eles sempre estão em contato com algum meio de comunicação, como televisão, celular, rádio e isso é bom para uma questão educativa; para que eles possam ser comunicadores de fato”, comenta.
O primeiro encontro, com a temática “A juventude quer comunicar”, será espaço de debate sobre motivações e desafios da construção de mídias alternativas, tendo como ponto de partida a conjuntura midiática local, suas limitações e alternativas possíveis. Também serão discutidas questões relacionadas ao protagonismo juvenil. De acordo com um dos maiores pesquisadores sobre a questão da juventude, Padre Hilário Dick, “as sociedades, em todos os tempos, tiveram e têm dificuldades em admitir a novidade emergindo das manifestações juvenis, na sua grande maioria consideradas menos importantes”, salienta. Padre Hilário ainda pontua que “a juventude não está feita: ela está se fazendo. Carrega em si a dimensão da criatividade e de uma criação que não está pronta. Ela é encarnação da criação acontecendo na humanidade”.
Professora Elizabete comenta que esse é o primeiro passo para a consolidação de um grupo de jovens comunicadores, que futuramente irão facilitar as formas de comunicação e informação não apenas no ambiente escolar, mas com toda a comunidade: “nosso objetivo é começar escutando os jovens sobre suas ideias com relação à comunicação. Logo após, poderemos ir formando um grupo para a prática mesmo, de um jornal ou de uma rádio. No final, certamente teremos um grupo de comunicadores não apenas aqui na escola, mas atuando em toda a comunidade assentada”, finaliza.
Os encontros serão assessorados por Raquel Casiraghi, Bianca Costa e Miguel Stédile, do Setor de Comunicação do MST e também por Joel Felipe Guindani e Ricardo Machado, integrantes do Processocom. Você também poderá contribuir, envie um email para j.educom@gmail.com e informe-se.
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