“Todas as coisas não comunicadas, que não foram nunca confiadas a ninguém, deixam de existir, pois não há para elas lugar permanente na realidade” Vera S. Telles.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O lugar do sujeito-ação nas reflexões de Pierre Bourdieu
Remonta aos pré-socráticos a discussão sobre lugar do sujeito no mundo. Para Parmênides (492 a.C), o sujeito é o centro e decide sobre o sentido do mundo, quer dizer, “o homem é a medida de todas as coisas” e a ele cabe a ação de revelar aquilo que o cerca. Do outro lado está Heráclito (470 a.C), para o qual a constituição do sujeito e do mundo está sempre em movimento e em relação, pois nada pode existir sem o seu outro. Ou seja, nada existiria se não existisse, ao mesmo tempo, o seu oposto. Heráclito desenvolve sua teoria em oposição a Parmênides (460 a.C), o qual defende a unidade do mundo e do Ser. Parmênides exclui qualquer realidade externa à constituição do Ser, pois, delegar a origem do Ser para algo fora si implicaria na aceitação da existência de outro Ser.
Este retorno aos pré-socráticos nos ajuda a compreender que a reflexão sobre a noção de sujeito é antiga e nada simples. Assim, este breve ensaio reflete sobre o lugar do sujeito-ação no pensamento de Pierre Bourdieu, sobretudo, a partir de algumas noções por ele desenvolvidas, como as de campo, habitus, jogo, capitais, poder simbólico e distinção.
Alguns questionamentos são centrais para a compreensão desse problema: Em que medida a ação do sujeito está mais relacionada à estrutura do que consigo mesmo? A ação do sujeito é estabelecida pela estrutura ou motivada por definições próprias? O sujeito está submetido ao destino do coletivo ou age enquanto entidade unificada e independente?
Versão completa com: j.educom@gmail.com
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