segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Palavra da moda.




Fala-se tanto em desenvolvimento sustentável em telejornais, revistas, empresas e escolas. O conceito é tão conhecido, quanto mal compreendido. Em 1987, a ONU definiu-o como: a capacidade de atender as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem também as suas. O tripé que assegura um desenvolvimento com sustentabilidade é composto por crescimento econômico, justiça social e preservação ambiental. No entanto, será que isso é possível?O tão sonhado crescimento econômico Chinês, de 10% ao ano, é atingido à custa de degradação ambiental (poluição de rios, destruição dos solos e vegetação), de baixíssimos salários e da existência de um enorme exército industrial de reserva (desempregados) e do crescente incentivo ao consumismo.
Enquanto, de um lado, fala-se tanto em sustentabilidade, de outro, a mídia nos incentiva a trocar de carro todo ano, de celular, se possível, todo mês, a termos tantos sapatos e roupas de grife quanto pudermos, ou seja, consumir, consumir e consumir.
Não é de hoje que se ouve: se todos os habitantes do globo chegarem ao padrão de vida de um norte-americano o planeta Terra não suportará. No entanto, o que vemos é o incentivo e a busca por uma vida repleta de bens materiais, novos, modernos e descartáveis. Será que substituir gasolina por álcool, visando diminuir a poluição do ar, irá gerar grandes efeitos se o número de automóveis em circulação cresce aceleradamente?
É possível acreditar em um manejo sustentável: Reutilizar, Reciclar, Reduzir (os famosos 3 Rs).Porém, pensar em um desenvolvimento sustentável, vivendo sob uma economia mundial que prega o aumento da produtividade, dos lucros, da cultura do consumismo e, por conseqüência, o aumento do lixo, parece uma utopia.Alguns menos informados sugerem que a degradação ambiental e o subdesenvolvimento seriam amenizados com um maior controle da natalidade, principalmente, nos países mais pobres. Mas basta pensar um pouco para ver a lacuna dessa idéia: não são as populações pobres as que consomem os recursos naturais. Diminuir as taxas de natalidade vai, talvez, amenizar a dor de nossos olhos, por vermos que o número de famintos está diminuindo. No entanto, isso não irá tirar da miséria as milhares de famílias de todo o globo. Além do mais, especialistas em estudos populacionais afirmam que a Terra é capaz de sustentar o dobro da população mundial existente, claro que não com o estilo de vida de um norte-americano ou de um europeu médio, mas com distribuição de recursos, consumo racional, respeito aos direitos humanos e proteção ambiental.
Devemos ser lúcidos e críticos, mas também otimistas e fortes. A luta por um mundo mais humano, onde a idéia de sustentabilidade deixe de ser utopia e torne-se realidade, é uma luta de todos nós

*Monica Marlise Wiggers ´ Graduanda em Geografia pela UFSM