quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E se o menino Jesus escolhesse nascer brasileiro em 2009?


E se o menino Jesus resolvesse nascer novamente entre nós, para sentir na própria pele os efeitos de seus sagrados ensinamentos? Se escolhesse nascer de uma família humilde, como aquela de Nazaré, que hoje estivesse seguindo, junto ao seu povo, numa longa caminhada? Neste caso, nos dias atuais, Ele escolheria nascer Guarani-Kaiowá!

Nasceria como parte de um povo a caminho, um povo em busca de justiça e de paz. Ele faria parte de uma coletividade que luta para viver, não numa “terra prometida”, e sim numa terra tradicional, lugar de morada dos espíritos ancestrais, onde se sepultaram os corpos de intermináveis gerações. Uma coletividade que, em seu modo de pensar, ironicamente mantém viva a crença na Terra sem Mal.

Ele seria, enfim, parte de um povo que entende seu território como espaço amplo de relações sociais e de convivência com diferentes culturas, mas que se vê, hoje, expulso desse mesmo território pela intolerância de quem acredita poder decretar qualquer espaço como propriedade privada, através da violência, da força bruta e da covardia.

Se o menino Jesus viesse, neste Natal, acalentar-se nos braços afetuosos de uma mulher Guarani, ele seria acolhido como alguém muito desejado. Antes mesmo que seu corpo se formasse no ventre materno Ele seria anunciado como boa notícia, nos sonhos de seus pais, tal como ocorre quando se gera uma nova vida entre os Guarani. E ele nasceria cercado por pessoas que, no afeto cotidiano, estabeleceriam os vínculos familiares e o parentesco com esse novo ser, esse verbo feito carne, com essa palavra-alma!

Seu nome seria, possivelmente, anunciado por um Pajé, um ancião que, entre os Guarani, conhece os segredos da vida e da morte e sabe pronunciar as “belas palavras”, aquelas que chamaríamos de “língua dos anjos” na tradição judaico-cristã. Seu nome seria um sinal do que, neste mundo, ele poderia realizar, das virtudes e dons que carregaria consigo e que, no viver, deveria alimentar e fazer crescer, tal com as viçosas roças de milho.

Se o menino Jesus decidisse ficar entre nós para ver se sua história seria diferente, em pleno século XXI, talvez ele encontrasse desafios bem semelhantes daqueles que enfrentou para semear sua palavra de amor, há mais de dois mil anos. Viveria em um acampamento à beira da estrada, como centenas de Guarani-Kaiowá que aguardam ainda a regularização de suas terras. Cresceria alimentado por tradições que preparam a pessoa para viver numa coletividade e não na individualidade. Seria uma criança entre as muitas que crescem cercadas de cuidados e de atenção, mesmo quando o alimento é escasso. Mas, com dois anos de vida, talvez Ele morresse prematuramente, vítima da falta de assistência e da negligência do Poder Público, tal como a pequena Tatirrara, em Kurussu Ambá, que morreu no dia 18 de dezembro por falta de assistência. Apesar dos contínuos apelos da comunidade para obter medicamentos, a Fundação Nacional de Saúde negou-se a prestar assistência porque a terra está “em litígio”.

Se Jesus sobrevivesse, aos 15 anos talvez decidisse participar, junto com sua comunidade, de uma retomada de terra tradicional – o tekohá, a “terra prometida” para viver plenamente o Nandê Recó, “o jeito de ser Guarani”. Neste caso, talvez Ele fosse mais um jovem assassinado brutalmente, tal como Osmair Fernandes, encontrado morto em uma escola, com indícios de espancamento e de tortura.

Vamos imaginar que, com sorte, o jovem Jesus escapasse a essas violências e tivesse a chance de estudar. Afinal, Ele nasceu para ser Mestre! Quem sabe, hoje escolhesse ser professor! Conhecendo um pouquinho da história de Jesus, vivida há mais de dois mil anos, podemos imaginar que ele também não se calaria diante das injustiças e, assim, utilizaria o “dom da palavra” para ensinar, para abrir os olhos, para aconselhar, para reivindicar que a justiça fosse a medida de toda a nossa vida. Neste caso, talvez seu destino fosse o mesmo que o de Genivaldo ou Rolindo Verá, os dois professores Guarani-Kaiowá seqüestrados e arrastados pelos cabelos por homens encapuzados, de dentro de sua comunidade.

E se não fosse, ainda, a hora de entregar o corpo em sacrifício, o Filho de Deus seguiria um pouco mais, junto a seu povo, cultivando a esperança cotidiana, tecendo a vida como quem trama fibras de taquara, que se transformam em cestos para transportar os frutos da vida e do trabalho. Ele viveria transitando entre um lugar e outro, em acampamentos provisórios e, junto com os seus, sofreria com as precárias condições para a sobrevivência, tal como qualquer povo que vive em exílio, impedido de ocupar definitivamente o seu próprio lugar.

Seria, como há dois mil anos, um homem de paz, desses que buscam construir a harmonia, que buscam falar a sua verdade calmamente, manifestando, pela argumentação, as razões de sua esperança, de suas lutas, de seus anseios. Ele aprenderia esse jeito de ser com os próprios Guarani, quando fosse, por exemplo, fazer uma reivindicação junto a qualquer órgão público ou quando fosse conversar com qualquer visitante, em sua aldeia.

Para os Guarani, essa forma de lutar só é rompida quando a espera se estende em demasia, e não há mais como resistir, se não retomando uma porção de terra. Nessas ocasiões, eles seguem em grupo, com suas famílias, seus animais de estimação, e os poucos objetos que possuem. Armam seus acampamentos e ali permanecem, pacificamente, à espera de providências legais. Quase sempre são recebidos com violências, são ameaçados com rajadas de tiros, são agredidos, espancados, impedidos de obter água, alimentos, medicamentos. Por isso, nascendo novamente hoje, penso que Jesus estaria entre eles e, possivelmente, se tornaria um Pajé, um líder religioso dedicado a curar doenças, a dizer as “belas palavras”, a aconselhar aqueles que vivem à sua volta.

Envelhecendo entre os Guarani-Kaiowá, Ele seria respeitado por adquirir a sabedoria dos anos – a idade é, para este povo, “o tempo que age sobre a pessoa” e que torna a alma mais aproximada da divindade. Como Pajé, talvez liderasse uma retomada, quando a vida num certo acampamento se mostrasse impossível. Ele, então, conduziria um grupo de famílias para uma terra tradicional, onde se pudessem ouvir melhor os conselhos dos espíritos ancestrais. E, nesse lugar, talvez seu grupo fosse vítima da ação criminosa de alguns jagunços de fazendeiros, armados e encapuzados. No embate, poderia Ele ser assassinado a tiros, como foi vítima a anciã e rezadora Xuretê Lopes, numa expulsão comandada por jagunços, em 2007.

Se Jesus Cristo decidisse nascer novamente entre nós, e se fizesse gente entre os Guarani-Kaiowá, correria o risco de ser, novamente, humilhado, torturado, assassinado, com a mesma crueldade daqueles tempos em que se crucificavam os homens que desafiavam as leis, e também aqueles que desafiavam o poder político e econômico para fazer cumprir as leis.

Por isso, neste Natal, é melhor pedirmos a Jesus que permaneça lá mesmo, à direita de Deus Pai, pelo menos por enquanto, pois a maioria dos homens e mulheres que vivem no Brasil contemporâneo ainda não entendeu o significado de suas lições de amor e de solidariedade. Mas acreditamos que um dia todos nós formaremos uma multidão que já não grita “soltem Barrabás”, mas que brada “Demarcação já”! Justiça para os Povos Indígenas!

*Iara Tatiana Bonin, doutora em Educação pela UFRGS e professora do PPG da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Projeto de pesquisa: A cidadania comunicativa nos processos comunicacional e midiático do Movimento Sem Terra


Esta proposta de pesquisa estrutura-se no campo teórico da cidadania comunicativa (MATA, 2006) tendo os processos comunicacional e midiático do MST como universo empírico de investigação.
A utilização do conceito processos comunicacional e midiático neste projeto de pesquisa conjuga-se à perspectiva da comunicação enquanto processo, justamente para identificarmos neste universo o conceito de cidadania comunicativa enquanto estratégia, negociação, construção e devir (DAGNINO, 1994; MATA, 2006).
Investigar os processos comunicacional e midiático do MST implica compreendê-los não apenas como expressão da midiatização tecnológica, mas principalmente como modos de expressão da criatividade humana. Quer dizer, a criação, gestão e funcionamento das experiências comunicacionais e midiáticas deste movimento social são expressões da criatividade de sujeitos que almejam, em alguma proporção, à construção da cidadania, e não apenas resquícios da cultura midiatizada, dinamizada a partir de dispositivos tecnológicos como defende alguns autores .
Após conclusão da dissertação de mestrado, que esteve focada estritamente na área dos processos midiáticos, o presente projeto propõe avanços. Percebemos que contemplar apenas a comunicação midiatizada é compreender parte das ações comunicacionais protagonizadas por este movimento social.

Versão completa em: j.educom@gmail.com

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

As redes sociais e uma nova postura na comunicação


Há bem pouco tempo, as empresas estavam razoavelmente tranqüilas, sobretudo aquelas que sempre se valeram do seu poder econômico para subjugar os adversários e mesmo para cooptar a mídia que, no Brasil, com raras exceções, costuma ser refém de interesses políticos e comerciais

Na maioria das cidades brasileiras, a imprensa sempre esteve atrelada a alguns grupos, representantes tradicionais do poder político e econômico local (infelizmente, o caciquismo ainda não foi totalmente derrotado, muito pelo contrário). Nestas cidades, a impunidade, a falta de vigilância imperavam sem dó nem piedade. Particularmente no caso de emissoras de rádio e TV, o controle esteve e permanece em mãos destes grupos hegemônicos porque concessão do Estado, que sempre favoreceu os seus amigos e aliados.

Mas esta zona de conforto pouco a pouco vai se deteriorando, com a multiplicação de veículos jornalísticos e especialmente com a chegada da internet (o número de sites e portais cresceu vertiginosamente) e mais recentemente com a emergência do cidadão enquanto protagonista e produtor de conteúdos.

Os blogs, o twitter, as redes sociais em geral, viraram o mundo das organizações de cabeça para baixo e, parodiando o ditado, "nada ficou como antes no quartel de Abrantes". A certeza do domínio, do controle sobre as informações, se perdeu, levando o desespero para empresários inescrupulosos ou incompetentes e seus gestores de comunicação.

Se era fácil no passado calar jornais, emissoras de rádio e TV, que cediam facilmente às pressões, particularmente a econômica, o mesmo não se pode dizer agora das redes sociais, dos grupos organizados que defendem causas específicas (ambientais, direitos humanos, relações democráticas no trabalho, direitos do consumidor etc). Logo, a coisa definitivamente "começou a pegar" para as organizações e elas, desacostumadas ao diálogo e ao relacionamento franco, têm posto literalmente os pés pelas mãos, muitas vezes mais perdidas do que cachorro que cai do caminhão em dia de mudança.

Esta falta de habilidade ou competência das organizações em lidar com a nova realidade tem a ver com uma série de circunstâncias. Em primeiro lugar, a cultura (e consequentemente o processo de gestão) da maioria das organizações, apesar do discurso em contrário, continua sendo avessa ao debate, à divergência , enxergando opiniões contrárias como afrontas que devem ser, quando possível, combatidas a ferro e fogo. Essa postura vale tanto para os públicos internos quanto externos e, notadamente os funcionários, sentem na pele ("manda quem pode, obedece quem tem juízo", não é assim?) o autoritarismo de chefias e mesmo de profissionais de comunicação a seu serviço. Em segundo lugar, as organizações ainda não se deram conta (embora isso vá acontecer naturalmente com o desvendar desta nova realidade) de que o mundo ficou diferente e que será necessário, cada vez mais, rever os velhos conceitos. Já não dá para chamar a polícia para combater os grevistas, como as montadoras, por exemplo, faziam nos tempos da ditadura, não funciona mais o argumento da luta contra o comunismo para silenciar sindicalistas e profissionais de imprensa e muito menos é possível cooptar todos os adversários porque eles são cada vez mais numerosos (subjugá-los todos é economicamente inviável).

Em terceiro lugar, as redes sociais, a blogosfera, permitiram que vozes individuais se afirmassem e os cidadãos não dependem mais da mediação da imprensa para expressar suas opiniões, divergências e repúdio à postura de determinas empresas. Essa independência em relação à mídia estimulou o espírito crítico e, com o avanço da legislação que protege o consumidor, defende as minorias secularmente discriminadas, pune os crimes ambientais etc, as organizações já não podem apostar no velho e sereno "mar da tranqüilidade" em que viviam.

Finalmente, as novas tecnologias também propiciaram a formação de uma consciência coletiva, a mobilização de grupos descontentes, a divulgação rápida dos abusos cometidos contra mulheres, negros, crianças, pobres, consumidores e estabeleceu-se, quase num passe de mágica, uma solidariedade planetária que tem abraçado causas diversas e que ruidosamente impacta a imagem e a gestão das organizações que não andam fazendo direito a lição de casa.

Isso não quer dizer que corporações predadoras não continuem existindo, mas elas não têm conseguido agora, como sempre fizeram, permanecer escondidas e se sentem, quase sempre, desconfortáveis quando desnudadas diante das luzes dos holofotes da opinião pública.

A força e a pluralidade das redes sociais encorajam os debates, os confrontos, as divergências e as organizações que se empenhavam (e muitas vezes tinham sucesso) para impor as suas vozes e interesses agora se vêem literalmente em palpos de aranha, ou seja têm que negociar com os públicos de interesse (os "stakeholders") continuamente, muitas vezes em desvantagem.

A unanimidade deixou de ser um ideal a perseguir porque inalcançável e a postura a ser adotada, na gestão dos negócios e na forma de se relacionar com os públicos, teve que ser revista.

As redes sociais exigem uma nova cultura de relacionamento que não se confunde com o controle, a censura, auto-censura, a obsessão pelo controle e subjugação das vozes contrárias. O negócio agora é interagir, dialogar, ouvir o outro lado, o que, convenhamos, para algumas organizações significa alto risco porque, ao longo do tempo, sempre optaram pelo caminho mais curto e nefasto do autoritarismo, da arrogância, da grandiloqüência na comunicação.

A comunicação nesses novos tempos exige novos atributos como a ética, a transparência, o profissionalismo e o compromisso com a liberdade de expressão, a pluralidade de opiniões. Ouvir mais e falar menos, este é o novo lema da comunicação moderna.

Temos que reconhecer que este novo modelo ainda é praticado por um número reduzido de organizações e será preciso não apenas mudar a cultura e a postura das organizações, mas investir fortemente na formação dos novos comunicadores, ainda presos a valores ultrapassados.

Nos cursos de comunicação, ainda se cultuam processos como "limpeza de imagem", ainda se festeja o "marketing verde", ainda se acredita na honestidade dos "cases de sucesso" que povoam a literatura e os eventos em Comunicação Empresarial. Ainda temos (são a maioria, infelizmente) gestores de comunicação interna que vêem os funcionários ( e o sindicato) como adversários, sempre dispostos a "detonarem" as organizações e que, por falta de competência ou insegurança, abrigam-se em salas refrigeradas em vez de circularem com desenvoltura pelo chão de fábrica.

A Comunicação Empresarial precisa visitar mais as obras de Paulo Freire, mas continua saudando alguns gurus de plantão e algumas agências/assessorias que apregoam e refinam velhos processos de manipulação, de cooptação e de hipocrisia empresarial.

A Comunicação Empresarial precisa quebrar barreiras e definitivamente comprometer-se com o debate, a divergência, o diálogo e, para tanto, precisamos de comunicadores mais corajosos, que se sintam incomodados em legitimar culturas autoritárias e propostas de comunicação transgênicas, hegemônicas, socialmente irresponsáveis.

O futuro não será generoso com as organizações que insistirem em preservar esta cultura dinossáurica, apoiada em hierarquias rígidas, em ameaças contra aqueles que delas divergem interna e externamente, e que abrem espaço para chefias sem liderança autêntica.

As redes sociais, os cidadãos, os comunicadores de cabeça erguida (não os pelegos que servem organizações predadoras) construirão um novo espaço de relacionamento, uma nova proposta para a gestão dos negócios e da comunicação.

Provavelmente, muitas organizações não poderão assistir a este novo momento porque terão ficado no meio do caminho. O futuro se constrói agora, a cada dia. Sem uma comunicação democrática, as empresas não irão a lugar algum. Você quer apostar?

* Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor da UMESP e da USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. Editor de 4 sites temáticos e de 4 revistas digitais de comunicação.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

III Simpósio Internacional de Cultura e Comunicação na América Latina


Em 29 , 30 e 31 de Março de 2010 o CELACC promoverá o III Simpósio internacional de Cultura e Comunicação na América Latina: Integrar para além do mercado.

Participe!


O III Simpósio Internacional de Cultura e Comunicação na América Latina: Integrar para além do mercado pretende reunir pesquisadores, docentes, estudantes e acadêmicos em geral, para um encontro de três dias com o objetivo de dar continuidade às discussões sobre as perspectivas de integração da América Latina no âmbito da cultura e comunicação. O CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação) já realizou dois simpósios na Universidade de São Paulo, ambos com financiamento do CNPq e FAPESP que debateram a comunicação e os movimentos sociais e a integração latino-americana do ponto de vista da cultura.

Com o avanço das discussões no contexto da geopolítica regional da integração do continente, o CELACC entende que é necessário um aprofundamento destas temáticas tendo em vista mudanças no cenário das indústrias culturais continentais, das políticas culturais na região e mesmo a maior visibilidade da temática da diversidade cultural, hoje reconhecida como um direito humano pela UNESCO. Assim, “integrar para além do mercado” significa integrar a espacialidade das idéias, das reflexões, dos conceitos e este é o principal objetivo deste III Simpósio que terá como atividade de lançamento o Seminário “Utopia e identidade cultural: a América Latina na obra de Darcy Ribeiro”.

Para a realização desse encontro o CELACC conta com a participação da Fundação Memorial da América Latina, da TAL - Television América Latina, do PROLAM/USP, dos núcleos de estudos CEDOM e Memphis da UNESP Ourinhos.

domingo, 8 de novembro de 2009

Programa radiofônico causa pânico nos EUA


Orson Welles, ator norte-americano, transmite programa de rádio tão realista sobre uma invasão alienígena que aterrorizou a população
No dia 30 de outubro de 1938, um programa de rádio simulando uma invasão extraterrestre desencadeou pânico na costa leste dos Estados Unidos. O jovem ator e diretor Orson Welles (23 anos) produziu um programa de rádio tão autêntico que a maioria dos ouvintes acreditou tratar-se de uma aterrissagem real de extraterrestres nos Estados Unidos.

Parecia uma noite normal, naquele 30 de outubro de 1938, até que a rede de rádio CBS (Columbia Broadcasting System) interrompeu sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos. A "notícia em edição extraordinária", na verdade, era o começo de uma peça de radioteatro, que não só ajudou a CBS a bater a emissora concorrente (NBC), como também desencadeou pânico em várias cidades norte-americanas. "A invasão dos marcianos" durou apenas uma hora, mas marcou definitivamente a história do rádio.

Dramatizando o livro de ficção científica "A Guerra dos Mundos", do escritor inglês Herbert George Wells, o programa relatou a chegada de centenas de marcianos a bordo de naves extraterrestres à cidade de Grover's Mill, no Estado de Nova Jersey. Os méritos da genial adaptação, produção e direção da peça eram do então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles. O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reação ao programa: "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos".
Pânico coletivo:

A dramatização, transmitida às vésperas do Halloween (dia das bruxas), em forma de programa jornalístico, tinha todas as características do radiojornalismo da época, às quais os ouvintes estavam acostumados. Reportagens externas, entrevistas com testemunhas que estariam vivenciando o acontecimento, opiniões de peritos e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emoção dos supostos repórteres e comentaristas. Tudo dava a impressão de o fato estar sendo transmitido ao vivo. Era o 17º programa da série semanal de adaptações radiofônicas realizadas no Radioteatro Mercury por Orson Welles.

A CBS calculou, na época, que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade o sintonizou quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se do radioteatro semanal. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas acreditou ser um fato real. Desses, meio milhão teve certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico, sobrecarregando linhas telefônicas, com aglomerações nas ruas e congestionamentos causados por ouvintes apavorados tentando fugir do perigo.

O medo paralisou três cidades e houve pânico principalmente em localidades próximas a Nova Jersey, de onde a CBS emitia e onde Welles ambientou sua história. Houve fuga em massa e reações desesperadas de moradores também em Newark e Nova York. A peça radiofônica, de autoria de Howard Koch, com a colaboração de Paul Stewart e baseada na obra de Wells (1866-1946), ficou conhecida também como "rádio do pânico".

Precursor da ficção científica moderna:
O roteiro fora reescrito pelo próprio Welles (1915-1985). Na peça, ele fazia o papel de professor da Universidade de Princeton, que liderava a resistência à invasão marciana. Orson Welles combinou elementos específicos do rádio-teatro com os dos noticiários da época (a realidade convertida em relato).
Herbert George Wells, por sua vez, foi um dos precursores da literatura de ficção científica. O livro "A Guerra dos Mundos", publicado em 1898, era uma de suas obras mais conhecidas, tendo Londres como cenário. Ele escreveu num estilo bastante jornalístico e tecnologicamente atualizado para sua época. A transmissão de "A Guerra dos Mundos" foi também um alerta para o próprio meio de comunicação "rádio".

Ficou evidente que sua influência era tão forte a ponto de poder causar reações imprevisíveis dos ouvintes. A invasão dos marcianos não só tornou Orson Welles mundialmente famoso como é, segundo cientistas de comunicação, "o programa que mais marcou a história da mídia no século 20".

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Poesias da Elen. Comunicadora da Terra Livre FM


A alegria de seguir novos caminhos
sem medo de recomeçar,
lutando nunca estamos sozinhos
construindo nosso jeito de comunicar...

No povo buscamos inspiração
na música,uma forma de ensinar,
levando na mente e no coração
nosso jeito de se expressar...
a cada dia um ensinamento
para nunca desistir,
refletem a todo momento
a importância de prosseguir...

Reforçando no pensamento a verdade
que é imprescindível resistir,
para trazer a qualidade
que o nosso povo quer ouvir...
Se do sonho fizemos nossa busca
e da luta chegamos á vitória,
hoje, nada ofusca
o brilho de nossa história...

Unir forças para começar
e ter amor no coração,
é o primeiro passo para mostrar
o que é um meio popular de comunicação...
No começo a voz treme
mas agora,é A Avoz do Povo no Ar,
Rádio Terra Livre FM
é Cultura em primeiro lugar!!!

***

Piratas?São Eles!!!!

Piratas são eles
queusurpam direitos
garantidos na constituição,
usando falsos conceitos
monopolizando meios de comunicação...

Piratas são eles
que esqueceram de onde vieram
e nunca falam a verdade,
quando desmascarados se escondem
na sua famosa intelectualidade...

Piratas são eles
que se dizem cheios de educação
donos do poder,
acham que mandam na nação
tirando nosso diereito de escolher...

Piratas são eles
os donos do poder
que não aprenderam o que é comunicar,
saibam que nada pode deter
um meio 100% popular...

Fiquem os senhores com seus conceitos
e sua monopolização,
nós faremos valer nossos direitos
com uma verdadeira comunicação!!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Problematizando a teoria da midiatização



De maneira ampla, iniciamos a discussão pelos pressupostos teóricos da midiatização sem, no entanto, tomá-la como “a única forma estruturante das sociedades contemporâneas ou como matriz explicativa da totalidade de seu funcionamento (COGO, 2004, p.143).

A perspectiva da sociedade em vias de midiatização caracteriza-se pela inter-relação entre instituições, práticas sociais e meios de comunicação, não havendo, nesse sentido, a intenção de privilegiar apenas a dimensão tecnológica, pois tratamos, neste caso (projeto de pesquisa doutorado), além dos processos midiáticos, também sobre os processos comunicacionais.

Certamente que a evolução dos meios de comunicação vai configurando a nossa realidade, a qual também vai se caracterizando como uma sociedade midiatizada, onde as possibilidades de interação social entre indivíduos e instituições estariam de alguma forma, transpassados ou relacionados com algum suporte tecnológico de comunicação.

Com ressalvas, Braga (2006) destaca que ao observarmos as formas de sociabilidade atravessadas por suportes tecnológicos, devemos, antes de tudo, considerar os processos anteriores desenvolvidos pela dimensão criativa dos sujeitos envolvidos. Para ele a sociedade não apenas produz sua realidade através das interações sociais a que se entrega, mas igualmente produz os próprios processos interacionais que utiliza para elaborar a sua realidade – progressivamente e a partir de expectativas geradas nas construções sociais anteriores (BRAGA 2006, p. 145)

Mesmo reconhecendo que há realidades sociais onde a midiatização responsabiliza-se por todas as mediações sociais ou que regula a relação indivíduo com o mundo e com seus pares (PAIVA, 2005), cremos que a midiatização se caracteriza através de “diversos mecanismos, segundo os setores da prática social, produzindo, distintas conseqüências (VERÓN, 1997, p.9)”, ou seja, a sua incidência sobre a realidade não se dá de maneira uniforme e direta, mas sim de maneira complexa, transversal e relacional (FAUSTO-NETO, 2006).Esta inferência nos autoriza a pensar a midiatização relacionada com formas de comunicação que ainda se encontram implicadas em outras lógicas como a dimensão complexa e histórica da comunicação humana.

Por essa linha, o protagonismo midiático constrói-se tensionado pela exigência de um tipo de visibilidade pública atribuída pela lógica dos meios de comunicação, ao mesmo tempo em que os atores e movimentos sociais se apropriam e reelaboram tais lógicas, transformando a esfera das mídias em um espaço simbólico de conflitos, disputas e negociações e que se encontra, portanto, submetido permanentemente às tensões contraditórias dos interesses que circulam na sociedade (COGO, 2004, p.44).

Neste redesenho, a midiatização apresenta-se enquanto um campo de conjunções midiáticas e comunicacionais, onde tecnologias são apropriadas e re-significadas pelas dinâmicas sociais. Não objetamos a perspectiva de que as mídias se tornam matrizes configuradoras em que, “mais do que meros dispositivos técnicos passam a atuar como instâncias que atribuem visibilidade às ações de outros campos sociais e instituições (COGO, 2004, p.42).

Porém, é preciso perceber que o conceito de sociedade midiatização, comumente utilizado para se compreender as práticas sociais que se transformam em função dos meios (MATA s/d, p.4), apresenta-se permeada, ao mesmo tempo, por um processo antropológico e cultural que transforma e recria seus usos e sentidos.

Por este caminho, os processos comunicacional e midiático do MST, na cultura em midiatização, pretendem ser apreendidos como experiências comunicacionais de expressão da participação cidadã criadora e como exercício político e democrático de cidadãos que “históricamente han sido excluidos de las deciosiones, los debates y acesso a la produción de comunicación (PEREIRA, 2004 p. 138).

Importante destacar que mais do que as deficiências, até mesmo estruturais, em áreas como educação, saúde, moradia, trabalho e lazer, com as quais as camadas populares são obrigadas a conviver cotidianamente, a exclusão na produção social de informação e, logo, de comunicação destitui esses grupos do direito de decisão, participação e exercício da cidadania (SPENILLO, 2004). Desta maneira, a dimensão da sociabilidade pela qual se configura e reconfigura a cultura em midiatização, deve incluir, primordialmente, as problemáticas que advêm da luta social pelos direitos e construção da cidadania.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pesquisar é partilhar


Para o quê serve o conhecimento social que a ciência acumula com a participação do meu trabalho? Para quem ou a quem, afinal, isso serve? Para que usos e em nome de quem? A minha pesquisa diz alguma coisa para o universo que pesquiso?Questões como essas têm ocupado boa parte da caminhada acadêmica de alguns pesquisadores. Manter uma postura atenta e crítica a respeito das condições sociais, políticas e culturais da produção científica, principalmente mediante as formas mercadológicas e hegemônicas de saber são, certamente, indispensáveis para quem deseja fazer ciência a partir de um processo dialógico, que gere comprometimento e partilha ao invés de dicotomias entre pesquisador e o mundo pesquisado.


Nessa perspectiva, o professor colombiano Antonio Brandão alerta para a necessidade de uma nova ciência capaz de pensar-se, de pensar o mundo social e de pensar as transformações sociais de uma maneira dialética, realizada a partir da presença, da posição e dos interesses das classes menos favorecidas. Por aí, afinam-se outros atributos como a reciprocidade entre sujeito e objeto e relação dialética entre teoria e prática, acúmulo e partilha do conhecimento.

No dia 29 de Junho de 2000, em aula inaugural no Collège de France, Pierre Bourdieu enfatizou que os pesquisadores/intelectuais realizam um papel importante se cumprirem duas condições: “não se fecharem em uma torre de marfim e inventar a maneira de divulgar suas verdades. A verdade, dizia Spinoza, não tem força por si só. Os intelectuais devem ser parte do movimento junto com os sindicatos ou grupos de pesquisa comprometidos com as associações que se esforçam pela crítica àquilo que oprime”. Ao finalizar, ele acrescentou: “O intelectual isolado, pode-se dizer, é o fim”.

No chão latino americano, a modalidade metodológica da pesquisa-participante tem sido uma porta de acesso à construção e à partilha do saber. A pesquisa-participante parte de um enfoque epistemológico no qual o conhecimento é considerado uma construção social permanente e não um ‘conhecimento’ que o ‘especialista’ extrai da realidade mediante procedimentos estatísticos, mas à margem da verdadeira voz e sentimento da população.

Vale ressaltar que na modalidade de pesquisa participante o papel do pesquisador não desaparece ou diminui, mas entra em articulação com outros sujeitos que também passam a contribuir com o processo de construção do conhecimento. Toda a pesquisa gera aprendizagem e toda aprendizagem, quando partilhada, gera outras mudanças. A pesquisa participante quer a interação múltipla de sujeitos: pesquisar é um ato de sujeitos, um movimento que reflete vida e que gera vida.

Este engajamento entre pesquisador e os sujeitos do universo investigado produz alternativas capazes de colocar o conhecimento, obtido através de procedimentos científicos, a serviço de alguma forma de ação social transformadora.

Paulo Freire, em entrevista reproduzida pelo Canal Futura, em setembro de 2009, lança-nos um questionamento: “Em tempos onde problemas sociais e ambientais se apresentam evidentes; onde movimentos sociais e continentes inteiros são atacados pela violência e pela fome, torna-se concebível uma pesquisa científica descomprometida com tal realidade?”

Afinal, de que lado estamos? Como diz Boaventura de Souza Santos, no seu livro “Renovar a Teoria Crítica e Reinventar a Emancipação Social”, esta é uma questão que possivelmente será respondida na medida em que expandirmos nossa razão e nosso coração. Eis ai o desafio não apenas para pesquisadores, mas acima de tudo para seres humanos ousados e sensíveis aos problemas de seu tempo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Artigo: Tensões e convergências entre proposta teórica e prática radiofônica: Um estudo sobre a Rádio Terra Livre FM


Resumo

Este trabalho objetiva compreender a relação entre proposições teóricas sobre rádio elaboradas pelo Setor de comunicação do Movimento Sem Terra (MST) e a prática radiofônica desenvolvida em um assentamento. A partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu e Adriano Rodrigues, visa-se aprofundar o debate sobre as tensões e convergências deflagradas entre o documento “As Rádios do MST” e a “Rádio Terra Livre FM”. Parte-se da hipótese de que o campo radiofônico está estruturado sob lógicas da comunicação comunitária e da sociedade em midiatização enquanto que o campo documental está fundamentado em uma racionalidade mais política que comunicacional. Está hipótese é identificada a partir de um questionamento deflagrado no ambiente de negociação entre os sujeitos em cena: fazer rádio para os projetos do MST e/ou para os desejos da comunidade?

Palavras-chave: Rádio, MST, teoria dos campos, midiatização

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

RS: Sem terra é morto em ação de despejo da Brigada Militar


O trabalhador rural Elton Brum da Silva, de 44 anos, foi alvejado com uma espingarda pelas costas durante despejo realizado pela Brigada Militar em São Gabriel (RS). Outras duas pessoas ainda estariam feridas à bala, mas não corriam risco de morte.

Porto Alegre (RS) - O trabalhador rural Elton Brum da Silva, de 44 anos, foi morto pelas costas durante ação de despejo da Brigada Militar ocorrida na manhã desta sexta-feira (21), em São Gabriel (RS). Elton estava entre as famílias sem terra que ocupavam a Fazenda Southall há mais de uma semana, reinvindicando a desapropriação do restante da área para a reforma agrária.

As condições em que ocorreu a morte do trabalhador ainda não estavam esclarecidas até o final de sexta-feira. No entanto, já foi confirmado que Elton foi atingido pelas costas por uma espingarda calibre 12. Na revista feita nos sem terra pela Brigada Militar, somente foram encontrados instrumentos de trabalho, como foices e facões. O que para Nina Tonin, coordenadora do Movimento Sem Terra (MST), reforça que Elton foi morto na ação dos policiais.

"O Elton, que foi assassinado brutalmente pelas costas pela Brigada Militar, ele poderia ser um dos assentados nessas áreas que o governo federal desapropriou [a fazenda Antoniazzi] e que o juiz de Santana do Livramento cancelou a sua imissão de posse. Por isso, o Elton paga com a sua própria vida a inoperância, a falta de vontade política dos governos em cumprirem aquilo que prometeram", diz.

Segundo Nina, cerca de 50 pessoas foram feridas pela Brigada Militar entre mordidas de cachorro, ferimentos por cacetete, inclusive na cabeça, e dedos e braços machucados. No entanto, nem todas foram levadas ao hospital. Ainda haveria outras duas pessoas feridas à bala, mas não corriam risco de morte.

O cerco da Brigada às famílias iniciou ainda durante a madrugada. As primeiras notícias da morte de Elton começaram a ser divulgadas em torno das 9h. Segundo informações de funcionários da Santa Casa de São Gabriel, o sem terra foi levado por policiais e já chegou sem vida ao hospital. As demais famílias permaneceram isoladas na área até pouco depois do meio dia.

Os policiais ainda prenderam 18 sem terra que foram identificados como líderes. Eles foram soltos depois de prestarem depoimento na delegacia. Para Nina, o assassinato do sem terra é o crime final de uma série de outros crimes.

"A morte desse trabalhador não se trata apenas de uma punição a quem atirou. Isso precisa ser feito, no mínimo. O que nós estamos falando é de uma violência sistemática que é a não-realização da reforma agrária. Agora ocorreu a última violência, que é a eliminação física daqueles que lutam pelos seus direitos", argumenta.

O velório de Elton inicia neste sábado, em São Gabriel. Ele deve ser sepultado em Canguçu, na região Sul, onde o trabalhador estava acampado e sua família vivia.

sábado, 1 de agosto de 2009

Artigo: RÁDIO COMUNITÁRIA: cenários de resistências e possibilidades alternativas


RESUMO

A proposta deste artigo é compreender em que medida a rádio comunitária Quilombo FM proporciona práticas sociais no bairro Restinga, região periférica de Porto Alegre, RS. Para alcançar tal objetivo, discutiremos o conceito de rádio comunitária, para em seguida, identificar a sua aplicabilidade na atividade desenvolvida pela emissora em estudo. Para isso, identificaremos no processo histórico da emissora, bem como na sua programação, veiculada semanalmente, e ainda, na formação dos comunicadores populares, as práticas de comunicação social que geram o desenvolvimento humano, a justiça social e a ampliação do exercício de cidadania. A análise evidencia, entre outros aspectos, que a rádio comunitária é um espaço de resistência e possibilidades. Resiste ao determinismo e possibilita a produção de experiências alternativas e de reconhecimento dos saberes locais.

Palavras-chave: Formação de comunicadores; Rádio Comunitária; Quilombo FM; Cidadania.

COMMUNITY RADIO: sceneries of resistance and alternative possibilities

ABSTRACT

The purpose of this paper is to understand the extent to which community radio Quilombo FM provides social practices in the Restinga district, peripheral region of Porto Alegre, RS, Brazil. To achieve this goal, we discuss the concept of community radio and then identify its applicability in the activity developed by the broadcasting station under investigation. For that, we identify, in the historical process of this company as well as in its programming, weekly broadcasted, and in the formation of people engaged in popular media, media practices that generate human development, social justice and expansion of the exercise of citizenship. The analysis shows, among other things, that community radio is a space of resistance and possibilities. It resists determinism and enables the production of alternative experiences and acknowledgement of local recognition.

Keywords: Community communication; Community radio; FM Quilombo; Citizenship.

Versão completa em: j.educom@gmail.com

Autores:
Cristóvão Domingos de ALMEIDA
Gisele Souza NEULS
Joel Felipe GUINDANI

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Contra privatização do Pontal do Estaleiro



No próximo sábado, 1 de agosto, a partir das 15h, a Casa de Cinema de Porto Alegre estará gravado depoimentos para a campanha pelo NÃO na Consulta Popular que acontece no dia 23 de agosto. Para quem chegou agora de Marte: os porto-alegrenses vão decidir, pelo voto espontâneo, se será permitido construir residências no Pontal do Estaleiro Só. Mas o resultado dessa votação transcende aquela área. Simbolicamente está em jogo um modelo de cidade. Queremos viver entre um monte de arranha-céus, alguns deles tapando o pôr do sol no Guaíba, ou numa cidade razoavelmente horizontal, como determina o atual Plano Diretor?

Muitas ONGs e associações de moradores da nossa cidade já estão engajadas. A Casa de Cinema de Porto Alegre resolveu entrar nessa também. Sábado eu vou estar na Usina, acompanhado de algumas câmaras e microfones, pra gravar depoimentos pelo NÃO. Quem quiser argumentar que argumente (desde que consiga sintetizar tudo em quinze segundos). Quem quiser simplesmente gritar "NÃO!" também vai ganhar seus dois segundos de fama no Youtube e onde mais a gente conseguir colocar o vídeo editado. Algumas celebridades da cidade já confirmaram sua presença. Espero que os milhares de leitores deste blog também compareçam

Carlos Gerbase

http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/carlos-gerbase/grite-n%C3%A3o

terça-feira, 28 de julho de 2009

O discurso sobre educação e cidadania nas rádios comunitárias catarinense


Resenha: SILVA, Terezinha. Gestão e mediações nas rádios comunitárias: um panorama do estado de Santa Catarina. Chapecó, Argos, 2008, ISBN: 978-85-98981-77-2, 290 p.

O surgimento das rádios comunitárias brasileiras fez parte de um movimento que pressionava pelo direito à comunicação e pela democratização dos meios de comunicação. Os movimentos populares cobravam do Estado o reconhecimento legal das experiências comunitárias neste setor comunicacional. Buscavam garantir o acesso dos movimentos, das organizações e das instituições da sociedade civil local a um meio de comunicação relativamente barato, através do qual pudessem multiplicar o trabalho de conscientização política, a luta por direitos, cidadania e a construção de contra-hegemonia a partir do espaço local.
É nesse sentido que entra em cena o livro Gestão e mediações nas rádios comunitárias. A obra proporciona uma... Versão em : j.educom@gmail.com

Autores: Joel Felipe GUINDANI e Cristóvão Domingos de ALMEIDA

terça-feira, 14 de julho de 2009

Reportagem especial: Blogueiros são alvo de processos judiciais no RS


Ações judiciais estão sendo usadas como forma de censurar blogs no RS. Para blogueiro, crescimento desse tipo de ação mostra que as páginas na internet já incomodam jornalistas e grandes veículos de comunicação.

Porto Alegre (RS) – Blogueiros de Porto Alegre vêm sendo alvo de processos judiciais nos últimos meses. O caso mais recente é o do jornalista Wladimir Ungaretti, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A Justiça determinou que Ungaretti retirasse do blog Ponto de Vista todo conteúdo que pudesse ser considerado ofensivo a um fotógrafo do jornal Zero Hora que é criticado pelo professor. Integrantes do Blog Nova Corja já sofreram três processos de ordem cível e criminal movidos por jornalistas e pelo Banrisul.

No entanto, os processos judiciais se espalham a outros blogs, como o de Milton Ribeiro. Após emitir críticas ao livro A Casa das Sete Mulheres de Leticia Wierzchowski, que deu origem à minissérie da rede Globo, ele foi processado (acusado) por danos morais. Agora, Milton aguarda a treplica dos advogados de Leticia e enfatiza que o que fez foi emitir apenas uma opinião acerca do romance.

“O que eu fiz foi uma crítica, pois a constituição federal permite que você se expresse livremente. O processo afirma que eu disse que ela não era culta e que eu fui agressivo. Isso eu não concordo. Tudo o que eu disse é uma opinião a respeito de um livro dela; uma opinião que eu afirmo e reafirmo tranquilamente”, diz.

Milton é blogueiro desde o ano de 2003 e analisa como grave as acusações e processos que outros blogueiros vêm sofrendo no estado. Em seu caso, ressalta que as acusações feitas por Leticia vão além do conteúdo ou da crítica por ele feita ao seu romance. Para Milton, os processos judiciais estão sendo utilizados como forma de tentar censurar os blogs.

“Tem um lado que pode se transformar em censura muito facilmente. Eles alegam que eu ataco o nome Wierzchowski, que é polonês, então presumem que eu não gosto dos poloneses, como está no processo. Desta forma poderão alegar também que eu sou machista por que critico uma escritora. Desse jeito a coisa segue de uma forma incontrolável”, expõe.

Marco Aurélio Weissheimer, criador do blog RS Urgente, opina que o blog é um novo espaço para estimular o debate público e que rompe com o monopólio dos grandes veículos de comunicação. Salienta que no seu caso, o objetivo é informar sobre os fatos da política gaúcha que por outros veículos de comunicação, principalmente os de maior circulação, não são percebidos ou considerados relevantes.

“O crescimento de ações judiciais e de processos contra blogueiros indica primeiramente o reconhecimento do surgimento de um espaço novo de comunicação. Os blogs que até pouco tempo eram considerados uma produção caseira, se inserem definitivamente no espaço de comunicação e debate público. Certamente os blogs passam a incomodar o sistema dominante de comunicação e com isso eles passam a usar dessas armas contra nós blogueiros”, comenta.

No Brasil, o caso mais polêmico foi o da blogueira amapaense Alcinéa Cavalcante que foi indiciada pela Polícia Federal por um comentário publicado em seu blog considerado ofensivo ao senador José Sarney (PMDB).Tanto o comentário quanto o blog não estão mais disponíveis. A assessoria de Sarney afirmou apenas que o indiciamento não foi pela vontade do senador e sim do advogado de sua frente partidária.,
Após esta ofensiva, Alcinéa criou outro blog:

http://alcinea-cavalcante.blogspot.com

Também, há poucos meses, o jornalista e blogueiro iraniano Roozbeh Mirebrahimi, foi condenado pela Justiça iraniana a dois anos de prisão e 84 chicotadas, por "propaganda contra o sistema", "difamação do Supremo Líder" e por "perturbar a ordem pública".

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Da sociedade de campo para a sociedade em rede

...Os meios de comunicação começam a interferir com mais força na organização da sociedade .... É a emergência de novas técnicas transformando os processos de produção,vinculação e interação social.
A virtualizacao instaura novas formas de realização das relações humanas; extrapola os limites dos campos sociais, antes assegurados pela tradição e pelos contratos ou pelas agendas definidas... Enfim, na sociedade midiatizada, as instituições sociais estão atravessadas pela ação dos meios de comunicação...

Estariamos vivenciando a passagem da sociedade de “campo” para a sociedade em “rede”, de fluxos e de “aglomerações momentâneas”????

domingo, 5 de julho de 2009

Texto: Como enfrentar qualquer gripe


Vou repassar a todos a maneira mais correta e saudável de enfrentar essa Influenza A
ou qualquer gripe que porventura apareça no seu caminho.

O melhor que vc pode fazer é reforçar o seu sistema imunológico
através de uma alimentação correta e saudável, no sentido de manipular
sua imunidade, preparando suas células brancas do sangue(neutrófilos)
e os linfócitos (células T) as células B e células matadoras
naturais.Essas células B produzem anticorpos importantes que correm
para destruir os invasores estranhos, como vírus , bactérias e células
de tumores.
As células T controlam inúmeras atividades imunólogicas e produzem
duas substâncias químicas chamadas Interferon e Interleucina,
essenciais ao combate de infecções e de tumores.

Bem vamos ao que interessa, ou seja quais alimentos são
importantes(estimulam a ação do sistema imunológico e potencializam
seu funcionamento).

Antes de mais nada, tome pelo menos um litro e meio de água por dia,
pois os vírus vivem melhor em ambientes secos e manter suas vias
aéreas úmidas desestimulam os vírus.Não tome gelado,sempre preferindo
água natural e de preferência água mineral de boa qualidade.
Não tome leite, principalmente se estiver resfriado ou com
sinusite,pois produz muito muco e dificulta a cura.
Use e abuse do Iogurte natural, um excelente alimento do sistema
imunológico.
Coloque bastante cebola na sua alimentação.
Use e abuse do alho que é excelente para o seu sistema imunológico.
Coloque na sua alimentação alimentos ricos em caroteno
(cenoura,damasco seco,beterraba,batata doce cozida,espinafre
crú,couve) e alimentos ricos em zinco(fígado de boi e semente de
abóbora).
Faça uma dieta vegetariana (vegetais e frutas).
Coloque na sua alimentação salmão,bacalhau e sardinha, excelentes para
o seu sistema imunológico.
O cogumelo Shiitake também é um excelente anti-viral, assim como o chá
de gengibre que destrói o vírus da gripe.
Evite ao máximo alimentos ricos em gordura(deprimem o sistema
imunológico), tais como carnes vermelhas e derivados.
Evite óleo de milho,de girassol ou de soja que são óleos vegetais
poli-insaturados.

Importante: mantenha suas mãos sempre bem limpas e use fio dental para
limpar os dentes,antes da escovação.
Com esses cuidados acima e essa alimentação............os vírus com
certeza nem chegarão perto de vc.

Dica da Maria Joana Chaise e do Prof. Dr. Odair Alfredo Gomes
Laboratório Morfofuncional
Faculdade de Medicina - Unaerp
Fone: 36036744 ou 36036795

sábado, 30 de maio de 2009

Artigo: Problematizando a pedofilia em contexto de midiatização e educação globalizada


Resumo
O artigo pretende problematizar o conceito de pedofilia especialmente neste momento em que o fenômeno da midiatização tem provocado crescentes impactos nas vivências cotidianas das pessoas. Esses impactos têm reflexos também no processo educativo, uma vez que os relatos sobre a temática estão disponíveis e podem ser acessadas nos próprios lares, na rua, na escola, e, em tantos outros espaços sociais. Mesmo sendo uma discussão inicial e aproximativa, a reflexão está construída a partir de três dimensões: a) complexidade do conceito de pedofilia, compreendendo como um fenômeno social que afeta as diferentes áreas do conhecimento, muito embora os campos da medicina, psiquiatria, psicologia e direito, normalmente são autorizados a nominar o perfil da pessoa que a pratica; b) os impactos na realidade social dos sujeitos e, qual o papel da mídia e da escola nesse cenário?; c) veiculação dos casos de pedofilia na mídia, para isso analisaremos uma reportagem sobre o tema exibido no programa Domingo Espetacular. O programa tem duração de 9’13’’ e está disponível no youtube. Fundamentamos a teoria a partir da hipótese de agendamento que o processo de midiatização realiza junto ao receptor. Conclui-se que é possível estabelecer tarefas de atuação conscientizadora/educativa por parte da mídia e da escola, muito embora os desafios são muitos. O maior deles é não tornar a pedofilia um espetáculo permanente e sem reflexão apurada e com conseqüência no coletivo social.

Palavras-chave: Pedofilia. Mídia. Educação.

Autores: Jackson Ronie Sá da Silva
Cristóvão Domingos de Almeida e Eu.

Texto: Provocações!!!


...A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas e não como ele, numa toca, aparado só pelo chão...
...A segunda provocação foi à alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe, uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.
...Outra provocação foi perder a metade dos seus irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. “Era de boa paz”. Foram lhe provocando por toda a vida.
...Não pode ir à escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.
...Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco, depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.
...Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava. Estavam lhe provocando...
Gostava da roça...Queria voltar pra roça. Ouvira falar de uma tal de reforma agrária. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.
Terra era o que não faltava. Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar a terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.
...Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer.
Garantida. Animou-se. Mobilizou-se. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.
... Então protestou. Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele: “ - Violência, não!”.

(Fonte: Luiz Fernando Veríssimo)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Artigo: Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas


Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar alguns apontamentos teóricos e metodológicos sobre a pesquisa documental. Ao fazermos essa exposição pública, por meio de ensaio bibliográfico, queremos provocar o debate sobre a utilização desse procedimento no cotidiano das pesquisas de estudantes, professores e pesquisadores. Primeiramente, conceituamos a pesquisa documental, apresentando as similaridades e diferenças entre esta e a pesquisa bibliográfica, para, em seguida, discutirmos o conceito de documento. Na seqüência, abordamos os critérios metodológicos de pré-análise do documento escrito e, por fim, apresentamos as etapas da análise documental.

Palavras-chave: Pesquisa documental; Metodologia; Documentos escritos.

Documentary research: theoretical and methodological clues

Abstract

This paper presents some theoretical and methodological notes on the documentary research. By making this public exposure, through bibliographic essay, we want to lead the debate on the use of this procedure in daily researches of students, teachers and researchers. First, we define the documentary research, showing the similarities and differences between this research and the literature research, and then we discuss the concept of document. Next, we accost the methodological criteria for pre-analysis of the written document, and, finally, we present the steps of the documentary analysis.
Keywords: Documentary research, Methodology, Written documents.

Autores:
Jackson Ronie Sá-Silva
Cristóvão Domingos de Almeida
Joel Felipe Guindani

Versão completa em: j.educom@gmail.com

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Artigo: Perspectivas e desafios entre a dupla ruptura epistemológica e pesquisa participante

Resumo
O presente artigo trata da discussão sobre o pensamento pós-moderno e, por essa via, do impasse paradigmático que se encontra no campo da ciência. Partindo dessa reflexão, apresenta-se a articulação entre a proposta epistemológica de Boaventura de Souza Santos, denominada ‘Dupla ruptura epistemológica’, e a proposição metodológica da ‘Pesquisa participante’. A partir dessa abordagem, busca-se evidenciar que, em tempos de crise ambiental e de crescente desigualdade social, tanto a proposta de Boaventura de Souza Santos quanto a Pesquisa Participante são indissociáveis e que, juntas, poderão edificar um novo modelo de ciência efetivamente engajada e comprometida com os problemas atuais e os que possivelmente emergirão.
Palavras-chave: Pós-modernidade, Ciência; Dupla ruptura epistemológica; Pesquisa participante.

Abstract

This article deals with discussion about the post-modern thought, and in this way, the deadlock paradigm, which is in the field of science. According to that thought, is the relationship between the epistemological proposal of Boaventura de Souza Santos, called 'Double epistemological rupture', and the methodological proposition of 'participative research'. From this approach, we attempt to show that in times of environmental crisis and growing social inequality, both the proposal of Boaventura de Souza Santos and the Participative Research are inseparable and that, together, they can build a new model of science actually engaged and committed to the current problems and the ones which will possibly emerge.

Keywords: Postmodernity; Science; Dual epistemological rupture; Participative Research.


Versão completa com: j.educom@gmail.com

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estamos por aqui! Acesse já.





Informações de interesse e do ponto de vista de movimentos sociais, populares e sindicais. Este é o objetivo da Agência Chasque de Notícias, que há três anos produz conteúdo para rádios comerciais e comunitárias, além de jornais, do sul do Brasil.

São mais de 2 mil rádios que recebem diariamente nosso boletim diário, com informações da América Latina, da agricultura, economia e das lutas sociais.

Além disso, boletins em áudio atualizados diariamente divulgam temas normalmente omitidos pela grande imprensa e apresentam um outro ponto de vista sobre temas conjunturais. Estes programas são utilizados principalmente por rádios de nosso estado, mas atingem também o Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros.

Sempre ás quintas-feiras, trazemos uma análise da conjuntura agrícola e às sextas-feiras, temos a contribuição do comentário político do sociólogo Cristóvão Feil, analisando os principais tema da semana no país e no Rio Grande do Sul.

Em julho, inauguramos nossa nova página na internet, onde além da nova diagramação diferente, ampliamos o nosso conteúdo, disponibilizando material em vídeo e fotografia.

Reiteramos o compromisso da Agência Chasque de Notícias com a luta dos trabalhadores urbanos e rurais. Esperamos que a nova página de Internet, com mais recursos, possa contribuir em mais qualidade e diversidade no nosso trabalho. Pedimos que nos enviem, sempre que for de interesse da organização, notícias para que possamos divulgar e fazer matérias.

Também nos colocamos à disposição para esclarecimentos, sugestões e críticas.

Um grande abraço e boa luta a todos e a todas.

Equipe da Agência Chasque de Notícias
www.agenciachasque.com.br


Contatos
telefone: (51) 3221-5685
e-mail: redacao@agenciachasque.com.br
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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Texto: A importância da informação e da educação para a superação da crise ambiental

Segundo a Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 225 “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum, e essencial a sadia qualidade de vida; Impondo-se ao Poder Público e a Coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Sendo assim, a população deve participar das decisões referentes às questões ambientais, pois é titular de direito sobre o meio ambiente. Para tanto, a sociedade deve ter um grau de informação satisfatório. Nesse momento, coloca-se em discussão um direito de grande importância, o direito à informação. Qual o grau de conhecimento que a população possui em relação à problemática ambiental, para que possa participar de forma efetiva dessas discussões? Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental, esta deve estar presente em todos os níveis do processo educativo, tanto em caráter formal (através dos currículos escolares), quanto em caráter informal (através dos meios de comunicação, por meio do poder público, privado e da sociedade civil organizada). A partir disto, surgem dois problemas:

Como a Educação Ambiental é trabalhada nas escolas e qual o tipo de informação que está chegando à população?

Dentro do ambiente escolar, esta educação está se dando de forma satisfatória? Nossas crianças saem da escola com uma visão holística sobre as questões ambientais?Os professores são capacitados para, dentro das diversas áreas (Química, Física, Biologia, História, Geografia, Português, Matemática, etc.), inserir a problemática ambiental nos conteúdos ministrados em aula, para que os alunos percebam a conexão existente entre as diversas atividades e esferas da sociedade com os problemas ambientais?

No que diz respeito à Educação não formal da população, esta possui conhecimento técnico suficiente que lhe permita compreender como se dão as relações sociedade-natureza? Que tipo de informação veicula na mídia e chega até o cidadão?Qual o papel do Estado, das instituições privadas, das grandes empresas e das ONGs na construção da consciência ambiental coletiva? Somente a partir da compreensão da real importância do meio ambiente ecologicamente equilibrado para a continuidade da vida no planeta Terra é que as ações individuais tornar-se-ão coletivas, e as de caráter momentâneo passaram a ser permanentes, repassando-se as gerações futuras a preocupação com o meio ambiente.

O cidadão que possui informação necessária (formal e informal) sobre a questão ambiental poderá participar ativamente e conscientemente das discussões acerca desta problemática, tornado o processo mais democrático, conforme é previsto pela Constituição Brasileira e pelo Direito Ambiental, o qual tem como um dos seus princípios, o princípio da Democracia.
A crise ambiental atualmente vivenciada é fruto, antes de tudo, de uma crise de percepção.
As relações entre o meio natural, o sócio econômico e o cultural são vistas de forma fragmentada. É impossível tratar da questão ambiental sem abordar a questão social, assim como é impossível tratar desta desvinculada dos processos econômicas da sociedade capitalista na sua fase de globalização. E o único caminho possível para a construção de uma nova visão do mundo, menos fragmentada, e para a superação da crise ambiental é oferecer à sociedade acesso a Informação e a Educação de qualidade.
Por Monica M. Wiggers

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Texto: A PÁSCOA DE CADA DIA




Mesmo que a correria tome conta de nossos dias, não podemos deixar de
vivenciar os momentos com a intensidade que eles merecem...

A Páscoa é um momento vivenciado pela humanidade há milhares de anos entre
os povos pagãos e assumiu uma roupagem cristã na nossa era...

A celebração da Páscoa tem uma dimensão humana profunda, que busca
explicar a dinâmica da vida e da morte, da tristeza e da alegria, da dor e
do prazer, ou seja, explica a nossa condição humana.

A essência desse momento universal está no fato de que somos seres
inacabados e limitados. Estamos aqui hoje, e amanhã podemos não estar,
hoje estamos tristes e amanhã nos alegramos...

E o mais importante é que nossa vida e nossas relações, também vivem a
dinâmica da ressurreição, temos condição de rever nossa forma de pensar
sobre a vida e sobre o outro.

De fazer ressurgir uma amizade, a solidariedade, a fraternidade... Em
situações que aparentemente são de morte, de negatividade, de pessimismo
conseguimos transformá-las em situações de vida, de amor e de paz...

A maravilha de sermos humanos está na nossa capacidade infinita de
transformar, de amar incondicionalmente, de perdoar... Ser humano é ser um
ser de mudança, que aprende e reaprende.... Que ressurge da tragédia, da
tristeza com entusiasmo e alegria... Que tolera, que compreende...

Jesus foi profundamente humano, fez da sua vida uma Páscoa e por isso o
chamaram de Deus.

Desejo-lhe uma ótima reflexão sobre a Páscoa de cada dia que vivenciamos
às vezes heroicamente, individualmente e coletivamente

Grande abraço

Prof.Evandro Ricardo Guindani
Área de Ciências Humanas e Sociais - Coordenação
UNOESC - Joaçaba-SC

sábado, 28 de março de 2009

Notícia: Universidade Federal da Fronteira Sul começa a sair do papel


Após a conquista da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Via Campesina e a Fetraf-Sul intensificam a discussão para que a instituição tenha um caráter popular e ..... versão completa em:

http://agenciachasque.com.br/modelo01.php?idsecao=91f03f57e9aff94c35d3d21f0ef2fc5b&&idtitulo=821db1397a0f53c5478b051d8f79bb2f

quarta-feira, 18 de março de 2009

Notícia: Santa Catarina é o único estado brasileiro sem Defensoria Pública.


A Defensoria Pública é um órgão de natureza pública que garante as pessoas o acesso à justiça de forma gratuita e de qualidade. Porém Santa Catarina é o único Estado da União que nega este direito aos seus cidadãos. A professora Maria Aparecida Lucca Caovila, uma das integrantes do Movimento pela criação da Defensoria Pública no estado de Santa Catarina comenta sobre o caso.

“O movimento ele iniciou em 2006. De lá para cá ele vem mobilizando e socializando esse direito pra população catarinense. Na verdade a sociedade catarinense não sabe que tem direito a uma Defensoria Pública. Somos o único estado do Brasil que não criou uma Defensoria Publica nos moldes constitucionais”, enfatiza.
Para a pesquisadora, o que existe no estado é uma terceirização de serviços a um grupo de advogados, não sendo especificamente um serviço de Defensoria Pública à população.

“O que nós temos aqui é uma terceirização em que o governo do estado repassa aos advogados o ônus de prestação de assistência judiciária gratuita. Então o trabalho que os advogados desenvolvem aqui não é um trabalho de defensoria publica. O Trabalho da defensoria pública é bem mais amplo”, comenta.

Em pesquisa, a qual também resultou no livro “Acesso À Justiça e Cidadania”, Maria Aparecida diz que o principal motivo que tem impedido a criação deste órgão é simplesmente a falta de vontade política.“o meu tema de pesquisa resultou num livro, e a questão era saber por eu o estado de Santa Catarina não cria a Defensoria Pública. E a conclusão que eu cheguei é que é por falta de vontade política. Não há interesse no estado em outorgar ao cidadão esse benefício constitucional, esse avanço que a constituição de 1988 trouxe com a finalidade de dar autonomia e emancipação”, explica.

Desde o ano de 2006, o Movimento pela Criação da Defensoria Pública vem intensificando as suas ações no estado Catarinense. Nos próximos meses serão realizadas audiências públicas em várias cidades do estado. A primeira acontece na cidade de Chapecó neste dia 26 de Março. Você também pode apoiar essa iniciativa. Saiba mais através do telefone (49) 3321-8287.

Versão disponível em áudio em: www.agenciachasque.com.br

quinta-feira, 5 de março de 2009

Artigo: Práticas Educomunicativas: Estudo de Caso do Programa Globo Ecologia


Resumo

O presente artigo, vale-se em seu desenrolar pelos princípios e possibilidades que a educomunicação disponibiliza para reflexão. Nessa perspectiva, busca-se revelar através das práticas educomunicativas, algumas alternativas que possam contribuir para a formação de sujeitos críticos mediante o conteúdo e o uso de tecnologias midiáticas. Nesse contexto, configura-se também a necessidade de um novo profissional que esteja atento as mudanças advindas da presença das mídias na educação e, por conseguinte, da viabilidade de estar mediando a reflexão acerca da produção de materiais audiovisuais com fins educativos. Por meio de uma análise empírica sobre uma edição do programa Globo Ecologia, procurou-se perceber se o mesmo se enquadra nas representações da Educomunicação, especificamente nas questões educativas sócio-ambientais.

Palavras-chave: Televisão; Educomunicação; Práticas educomunicativas; Consciência sócio-ambiental.

Versão completa em: zcfranci@yahoo.com.br, j.educom@gmail.com.

Capítulo de livro: O Protagonismo Juvenil nas ondas do Rádio


Pensar sobre o Rádio, indo além da mera instrumentalidade tecnológica e, discutir sobre juventude como não sendo somente uma etapa problemática da vida a ser superada é, certamente, o desafio da reflexão que segue.
O Rádio, com sua aura de simplicidade, efetiva-se como ambiente propício a realização de subjetividades como sonhos e inquietações, características estas, sempre latentes no coração de qualquer jovem. Desses dois universos - Rádio e Juventude, uma compatibilidade parece emergir, aproximando e reforçando laços entre ambos.
Ao ser tocado pelas mãos da juventude, o Rádio ganha novo status, tornando-se artífice para transformar o que até então parecia distante, escondido e calado.
Para enriquecer essa discussão, relato, ao final desse artigo, a experiência de um grupo de Jovens que, a mais de dez anos, vem fazendo de uma Rádio Comunitária um espaço de cidadania e de protagonismo.
Versão completa em:

GUINDANI, Joel F. ASQUIDAMINI, Fabiane. Contratempos? Juventude, Segurança e Paz. São Leopoldo:Ed.CEBI, 2009.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Apenas mais uma notícia?


Nas páginas de certo jornal de nossa cidade, em um sábado chuvoso, emplaca-se a manchete: “Pai é preso pelo crime de estupro contra sua filha!”

Um acontecimento farto, ‘prato cheio’ para se engordar uma página policial, fechar a edição e fazê-la, enfim, circular. Ou como nos adverte Balzac: um motivo bem vindo para se “colorir um pedaço de papel para então se faturar o dobro.”

Um acontecimento que para alguns leitores não passa de mais uma corriqueira ‘barbaridade’ das colunas polícias de um jornal; Um acontecimento que também, para Schopenhauer, satisfaz o desejo humano de sentir prazer pela dor alheia - “é sempre um prazer saber que os outros sofrem mais do que a gente”.

Essa matéria jornalística, a qual também traz como subtítulo: “Jovem teria engravidado do pai; investigação se iniciou após a morte do bebê”, produz outros desdobramentos, afetando diferentemente a cada leitor.

Creio que a notícia transcende a especificidade ou intenção de somente informar o fato como um acontecimento em si, ou vazio de novas implicações. Trata-se, portanto, para o professor Jairo Ferreira, de uma "lógica exógena aos campos específicos, assumida, como em si, pelas instituições especificamente noticiosas”. Qualquer fato vai além das intenções de qualquer jornalista. Para o repórter produtor dessa matéria, certamente pouco convém tal implicação, afinal, para ele, está seria apenas mais uma matéria para o setor policial.

Creio também que outro acontecimento emerge de tal reportagem; algo a mais advém após a leitura realizada pela filha, ou seja, pela vítima do fato em si e agora também leitora desse produto jornalístico. À esta vítima-leitora, após fixar o olhar sobre certa notícia, sobram-lhe poucas alternativas, a não ser ao menos expressar:

“Não é verdade, não é verdade! Eu não sabia disso! E agora?

Mas, se de tudo ela sabia e tinha sentido na própria pele, o porquê do desespero?

No penúltimo parágrafo uma informação - a meu ver, sem maiores implicâncias para tal produtor da matéria, porém impactante ao extremo para essa jovem leitora-

“a situação se agrava pelo fato de o homem agressor ser HIV positivo.”

A leitora-vítima, além de ser informada “pelo jornal” que seu agressor é HIV positivo, têm o seu problema, sua intimidade exposto aos quatro ventos. Lembro-me das suas palavras após fechar o jornal: “Agora se foi! Eu vou me sumir”!

Então! Isso foi apenas mais uma notícia? Certamente para essa leitora, não!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A posse de Obama e o vôo das crianças


O culto de domingo (18/01/09) da Igreja Batista da Rua Dezenove em Washington D.C. não foi típico. Entre as pessoas reunidas para celebrar a sua fé, estavam o presidente eleito Barack Obama e a sua família. Às vésperas da posse do novo presidente dos Estados Unidos, é possível imaginar como deveria estar festivo, comovido e agitado o ambiente da igreja. No decorrer do culto um menino declamou:

"Rosa Parks ficou sentada para que Martin Luther King Jr. pudesse andar. Martin Luther King andou para que Barack Obama pudesse correr. Barack Obama correu para que todas as crianças possam voar".

Eu penso que é fundamental, nesse momento de grande festa pela posse do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, manter esta perspectiva histórica. Se não tivesse havido Luther King e outros da sua geração que, através das suas lutas pelos direitos civis dos/as negros/as, dedicaram suas vidas à causa do reconhecimento da dignidade de todos os seres humanos, independente da cor da pele, da raça ou etnia, religião, sexualidade, da sua condição física ou mental e econômica, também não teria havido um Obama nos dias de hoje.

E se não tivesse havido uma Rosa Parks que foi presa por recusar a dar o seu lugar no ônibus para um homem branco no sul segregacionista dos Estados Unidos e outras mulheres e homens que um dia disseram: "chega!", também provavelmente não teria havido Luther King que conhecemos.

Na cultura atual, perdemos muito da "consciência história" e muitos pensam que a vida e história são feitas de uma somatória de presentes ou de um "eterno presente". Parece que o "salvador" ou grandes transformações ocorrem só porque ocorrem, "de repente", quase como uma geração espontânea; sem relação com as lutas do passado e as condições objetivas do presente. Recuperar a consciência história é uma tarefa educacional fundamental na luta ideológica do nosso tempo.

Versão completa em:

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=36900