quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Até aonde vai a nossa consciência política?


Amigo Leitor, Amiga Leitora!
No artigo de hoje, exponho um assunto o qual todo o consciente cidadão deveria ao menos considerar importante.
Desde o meu primeiro artigo, venho enfatizando a importância de se ter um olhar crítico sobre os acontecimentos políticos de nossa atualidade. É preciso ter conhecimento sobre o chão em que semeamos as nossas esperanças. Este chão é a nossa realidade, o caminho pelo qual vamos concretizando os nossos sonhos, um caminho onde na maioria das vezes já nos é preparado por um “outro”.
Abaixo segue uma breve e introdutória análise da conjuntura política atual. Parece ser um pouco ampla e distante de nosso cotidiano, mas tenha certeza, isso é o que permeia as principais transformações de nossa vida. Vamos lá!
Bem sabemos que o mundo vem sendo transformado drasticamente nos últimos anos pela globalização e pelas políticas neoliberais. Para melhor compreendermos essa reflexão vamos esclarecer alguns conceitos.
Quando falamos de neoliberalismo e globalização estamos falando de uma nova ordem mundial. Nesta nova ordem, o Estado (Desde o Executivo Nacional até a câmara de vereadores de sua cidade) entra em crise e é obrigado a redefinir as suas ações, desde que estejam sempre em conformidade com as leis do mercado. Vamos adiante: Mas o que são as ditas políticas neoliberais?
* Políticas neoliberais: É o mínimo de intervenção do Estado (Poder Público) em investimentos sociais como em saúde, educação, habitação etc., ou seja, o que já era pouco tende a desaparecer.
Neste espaço, aberto pela ausência do estado, as grandes empresas aproveitam para ditar normas, salários, a ordem político-social.
Por este motivo, não é à toa também, que num passado próximo as privatizações (processo de venda de uma empresa ou instituição do setor público – estatal - que integra o patrimônio do Estado - para empresas privadas), e a “mercantilização” dos direitos públicos tomaram conta de nosso país. Percebemos aí, o forte sistema de globalização neoliberal. Mas o que é globalização neoliberal?
*Globalização neoliberal: é um sistema ou atuação pelo qual os países do Terceiro Mundo (África, Ásia, América Latina) são explorados pelos paises do Primeiro Mundo (EUA, Japão e grande parte da Europa) através de suas multinacionais, quebrando assim a produção nacional, as indústrias nacionais, os pequenos agricultores e, porque não, o país.
Isto se dá, sobretudo, pela abertura comercial, através de Tratados de Livre Comércio como a ALCA (Área de livre comércio das Américas), processo amplamente privilegiado no governo FHC e com sinal intermitente no Governo Lula. Espelho disso são as privatizações, ocorridas no passado.
De acordo com o CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo), de 1991 a 2002 o país/governo-COLLOR/FHC, perdeu pelo menos 87 bilhões de reais com as privatizações. Além deste prejuízo, são inúmeras as complicações causadas no período pós-privatização.
A principal delas é a abertura para grandes grupos multinacionais, os quais compram as empresas estatais, sugam ao extremo a mão de obra barata, remetendo os lucros e impostos para os seus países de origem.
Enquanto isso em nosso país os problemas sociais agravam-se e a desigualdade aumenta, a violência toma conta.
De acordo com o Advogado Arthur Garcia Cyrino, as conseqüências desta nova ordem mundial não demoram aparecer: “A renda dos brasileiros que estão no topo da pirâmide social, os 10% mais ricos, é quase dez vezes maior que a soma dos rendimentos de todos os brasileiros juntos”. Isto é mais do que preocupante, afinal, quase a metade da população brasileira vive abaixo da linha da pobreza, na miséria de fato. Basta olharmos para as margens de nossas cidades.
Ao final deixo um questionamento: "Para quem deve o presidente/governo/prefeito governar; para o interesse do mercado/empresas ou para toda a sociedade?"
A resposta parece ser óbvia, mas em algumas realidades não é o que percebemos. Porém, quando alguém tenta governar para a maioria, já se é esperado as implicações e complicações. Na próxima semana retomaremos essa discussão! Uma boa reflexão!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Prisões, politicagem e esperanças: Até aonde vai o desejo humano?


Creio que de nada adianta querer amarrar um Leão em perna de mesa... Dentro de cada um de nós existe uma força divina, sobre-humana. Marx, Filósofo alemão estava certíssimo ao gritar para os generais do governo prussiano: “Podem me prender, as grades não serão limites para o meu mundo e muito menos para as minhas idéias”!
Mas nesta humana vida, muitos são os sistemas que tentam amordaçar a vitalidade de nossos desejos.
Na verdade, o sistema prisional é isso: lugar de se prender aqueles que desejam demais. Seja por causa de desejos positivos ou negativos. Por desejos ruins são inúmeros, mas por desejos bons são muitos os casos, os exemplos. Este último nos causa indignação.
Ficamos revoltados ao identificarmos pessoas sendo presas pelo simples fato de desejarem a transformação da vida, do bem comum. Jesus Cristo foi um destes casos, aprisionado por que desejava incondicionalmente o amor.
Creio que até hoje Pilatos não entende. Na época, chegou a repetir por três vezes: “Mas qual foi o crime dele? Não vejo neste homem nada que faça com que ele mereça a condenação”. (Lucas 23:22). Mesmo assim o prenderam, crendo que este seria o seu “fim”... Pura besteira!... Seus desejos eram tão intensos que Ele está mais vivo do que nunca!
Tenho como verdade que em todos os tempos os grandes “doutores da lei” nunca gostaram daqueles que despertam além dos próprios desejos também os desejos do povo, pois ao povo cabe apenas dar à Cezar o que era de Cezar, sem muito desejar para si, sem questionar que, este imposto pago à Cezar era na verdade a força dos próprios desejos materializados em uma moeda.
No entanto, poucos se interessavam e se organizavam, possibilitando e legitimando assim as “misteriosas tramas político-Judiciais” que, ainda hoje ganham corpo e fazem novas vítimas.
Amigo leitor, amiga leitora! Percebi esta ação injusta sendo praticada até com uma árvore plantada numa rua do centro de uma velha cidade... Quem a plantou, pôde não imaginar que em sua pequenez habitava grandes desejos.
Esta árvore foi crescendo, crescendo pela força de seus desejos. Ela foi tomando conta da rua da velha cidade. Pela sua naturalidade, foi a cada dia desejando às pessoas mais vida, presenteando-as com um ar “novo”, mais “puro” e “transparente”. Até que um dia, pessoas ignorantes, por não compreenderem a grandiosidade de seus desejos, resolveram a enquadrar num sistema: o de corte.
É que no fundo, essas pessoas e outras mais, dependiam das coisas sujas e poluentes da velha rua. Preferiam as impurezas, meios pelos quais disfarçavam e confundiam seus “misteriosos” e encardidos sustentos.
Tentaram então matar a companheira árvore. Era mês de Junho, forte do inverno. Em um lampejo a cortaram. Mas foi em vão. Ela não morreu, pois seu tronco desejante ali ficou. A árvore teve paciência e esperou a primavera. Como o seu desejo pela vida era incomensurável, novos e mais fortes ramos começaram a brotar.
Era anoitecer de uma sexta feira quando o povo da velha rua foi tocado por esta divina força. Imbuídos de alegria, ao redor dela começaram a construir um lindo jardim. Hoje, aquela mesma árvore, morta para alguns, é o que dá mais vida e esperanças, colorindo de sorrisos a nova rua.
Que nós, a exemplo dos que muito nos ensinaram sobre a arte de desejar, possamos sempre almejar o infinito, o ilimitado. Mas que este desejar seja partilhado em favor de um bem maior do que algo egoísta e pessoal.
Ao final, possamos terminar cantando com Raul Seixas... “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só... Mas sonho que se sonha junto é realidade...!!! Boa reflexão!!!