sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A comunicação vai para a escola


Este ensaio problematiza a relação comunicação e educação. Em seguida, relata a experiência de comunicação protagonizada por alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Médio Nova Sociedade, localizada em um assentamento rural, no interior no Rio Grande do Sul. É uma reflexão que expõe as possibilidades pedagógicas das novas tecnologias de comunicação.




Grande parte das correntes teóricas que iluminam as práticas de jornalistas, educadores e de pesquisadores – sejam da educação, comunicação ou da sociologia – apresenta a “comunicação e sociedade” de modo pouco convergente. Alguns inovam nos conceitos e nas expressões, mas continuam a realçar as disjunções em detrimento da inter-relação pedagógica via processos participativos, como também de poder, hegemonia, negociação e de disputa.



A dicotomia é ainda mais explícita quando observamos as diversas reflexões sobre os conteúdos midiáticos produzidos pelos “grandes grupos de comunicação”. Para os apocalípticos, é quase consenso que a mídia – enquanto dispositivo tecnológico ou conteúdo – paira em um plano metasocial; um epífenômeno solto e intacto de qualquer intervenção, investimento, estratégia ou de prática social. Esta perspectiva, excessivamente separatista, beira dois extremos que se tocam, pois produzem problemas semelhantes: primeiro, a anulação crítica da constituição histórica dos monopólios midiáticos sob a lógica da dominação e do silenciamento social – já que a mídia é o resultado de uma elite que “faz bem a mídia”, pois oferta o que o telespectador “passivo” deseja; e em segundo, o apagamento das possibilidades de engajamento pelos próprios atores sociais sobre esta mesma lógica – já que as tecnologias apenas distanciam; a mídia é o príncipe eletrônico, o quarto poder, um grupo capitalista intocável.



Potencial transformador



Alimenta-se, assim, um movimento autopoiético que desestimula práticas pedagógicas, bem como as possíveis ações sociais transformadoras com e sobre a própria mídia. Assim, não apenas alguns jornalistas e professores, como o próprio imaginário social se fragilizam mediante a avalanche tecnológica. Em outras palavras, mesmo com tantas tecnologias de uso individual, pouco se avança para a prática comunicacional pedagógica, a qual é a única capaz de alterar para o “agir” todas aquelas práticas, discursos e sentidos do “sofrer” a mídia.



Portanto, repensar a comunicação é desconstruir este viés, por demais negativista, e propor uma nova abordagem sócio-pedagógica para a própria comunicação. Segundo a professora Lúcia Santaela – em seu livro Por que as comunicações e as artes estão convergindo? –, é preciso tomar consciência de que “os meios de comunicação são inseparáveis do nível de desenvolvimento das forças produtivas de uma dada sociedade, de modo que eles estão sempre inextrincavelmente atados ao modo de produção econômico-político-social”.



Adiante, autora enfatiza que esta perspectiva estruturante também está integrada na histórica e indissolúvel relação “comunicação e processos de aprendizagem”. Ou seja, os atos individuais, como as ações sociais coletivas estão inseridas em agrupamentos, instituições, campos sociais, os quais funcionam como espaços de produção de saber, de reconhecimento, de visibilidade social, os quais são responsáveis pela transformação das próprias estruturas.



Neste cenário, o campo escolar se apresenta como potencial transformador do próprio campo comunicacional e vice-versa. É preciso, então, encarar as inúmeras e criativas práticas pedagógicas como dinamizadoras do conhecimento, agora, mais do que nunca, integradas às novas tecnologias comunicacionais.



O ato de “dizer a palavra”



É nesta consciência que a comunidade educativa da Escola Estadual de ensino médio Nova Sociedade se apresenta como espaço visível de protagonismo comunicacional de professores e de educandos. Localizada em assentamentos rurais, no município de Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre (RS), a Escola Nova sociedade realiza, desde 2009, oficinas de comunicação, como: análise da mídia, rádio-escola, audiovisual, jornal impresso e blog (www.radionovasociedade.blogspot.com).



Além da prática, as forças que sustentam a continuidade dessas ações são a sistematização e o registro, bem como os encontros de discussão entre professores e alunos. É perceptível, nos depoimentos dos envolvidos com o projeto, a revalorização das práticas comunicacionais. Ao final das atividades, os participantes ressaltam que a atuação nesse espaço desconstrói a velha posição defensiva de sujeitos meramente receptores ou consumidores e os lança para uma outra dimensão: a de criadores e propositores, capazes de modificar, desde o ambiente escolar, as próprias políticas comunicacionais e educacionais que os constituem. Para Maiara, aluna do quarto ano do ensino fundamental, “fazer comunicação é mais animado do que só assistir televisão. Se eu ficasse em casa estaria até dormindo na frente da televisão. Aqui eu posso fazer vídeo sobre as coisas da aula e depois assistir na internet”, afirma.



Seja ela popular, alternativa ou comunitária, a comunicação quando vai para a escola renova-se e instiga outras práticas pedagógicas participativas, tecnologicamente prazerosas, engajadas e libertadoras. Com isso, abre-se uma nova porta reflexiva, que nos permite, inclusive, repensar a atualidade de Paulo Freire – nosso primeiro teórico da comunicação e da educação –, sobretudo neste tempo de convergência tecnológica, de multimídia, as quais potencializam novos canais para o indispensável ato de “dizer a palavra”.



***



[Joel Felipe Guindani é radialista e doutorando em Comunicação e Informação na UFRGS]

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Natal de antigamente: velho e sempre novo


Venho de lá de trás, dos anos 40 do século passado, num tempo em que Papai Noel ainda não havia chegado de trenó. Nas nossas colônias italianas, alemães e polonesas, desbravadoras da região de Concórdia (SC), conhecida por ser a sede da Sadia e da Seara, com seus excelentes produtos de carne, só se conhecia o Menino Jesus. Eram tempos de fé ingênua e profunda que informava todos os detalhes da vida.
Para nós crianças, o Natal era culminância do ano, preparado e ansiado. Finalmente vinha o Menino Jesus com sua mulinha (musetta em italiano) para nos trazer presentes.
A região era de pinheirais a perder de vista e era fácil encontrar um belo pinheirinho. Este era enfeitado com os materiais rudimentares daquela região ainda em construção. Utilizavam-se papel colorido, celofane e pinturas que nós mesmos fazíamos na escola. A mãe fazia pão de mel com distintas figuras, humanas e de bichinhos, que eram dependuradas nos galhos do pinheirinho. No topo havia sempre uma estrela grande revestida de papéis vermelhos.

Em baixo, ao redor do pinheirinho, montávamos o presépio, feito de recortes de papel que vinham numa revista que meu pai, mestre-escola, assinava. Ai estava o Bom José, Maria, toda devota, os reis magos, os pastores, as ovelhinhas, o boi e o asno, alguns cachorros, os Anjos cantores que dependurávamos nos galhos de baixo. E naturalmente, no centro, o Menino Jesus, que, vendo-o quase nu, imaginávamos, tiritando de frio, e nos enchíamos de compaixão.

Vivíamos o tempo glorioso do mito. O mito traduz melhor a verdade que a pura e simples descrição histórica. Como falar de um Deus que se fez criança, do mistério do ser humano, de sua salvação, do bem e do mal senão contando histórias, projetando mitos que nos revelam o sentido profundo dos eventos? Os relatos do nascimento de Jesus contidos nos evangelhos, contem elementos históricos, mas para enfatizar seu significado religioso, vêm revestidos de linguagem mitológica e simbólica. Para nós crianças tudo isso eram verdades que assumíamos com entusiasmo.

Mesmo antes de se introduzir o décimo terceiro salário, os professores ganhavam um provento extra de Natal. Meu pai gastava todo este dinheiro para comprar presentes aos 11 filhos. E eram presentes que vinham de longe e todos instrutivos: baralho com os nomes dos principais músicos, dos pintores célebres cujos nomes custávamos de pronunciar e riamos de suas barbas ou de seu nariz ou de qualquer outra singularidade. Um presente fez fortuna: uma caixa com materiais para construir uma casa ou um castelo. Nós, os mais velhos, começamos a participar da modernidade: ganhávamos um jipe ou um carrinho que se moviam dando corda, ou uma roda que girando lançava faíscas e outros semelhantes.

Para não haver brigas de baixo de cada presente vinha o nome do filho e da filha. E depois, começavam as negociações e as trocas. A prova infalível de que o Menino Jesus de fato passou lá em casa era o desaparecimento dos feixes de grama fresca. Corríamos para verificá-lo. E de fato, a musetta havia comido tudo.

Hoje vivemos os tempos da razão e da desmitologização. Mas isso vale somente para nós adultos. As crianças, mesmo com o Papa Noel e não mais com o Menino Jesus, vivem o mundo encantando do sonho. O bom velhinho traz presentes e dá bons conselhos. Como tenho barba branca, não há criança que passe por mim que não me chame de Papai Noel. Explico-lhes que sou apenas o irmão do Papai Noel que vem para observar se as crianças fazem tudo direitinho. Depois conto tudo ao Papai Noel para ganharem um bom presente. Mesmo assim muitos duvidam. Se aproximam; apalpam minha barba e dizem: de fato o Sr. é o Papa Noel mesmo. Sou uma pessoa como qualquer outra, mas o mito me faz ser Papai Noel de verdade.
Se nós adultos, filhos da crítica e desmitologização, não conseguimos mais nos encantar, permitamos que nossos filhos e filhas se encantem e gozem o reino mágico da fantasia. Sua existência será repleta se sentido e de alegria. O que queremos mais para o Natal senão esses dons preciosos que Jesus quis também trazer a este mundo?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sofrer ou agir a mídia?


"Os meios de comunicação são inseparáveis do nível de desenvolvimento das forças produtivas de uma dada sociedade, de modo que eles estão sempre inextrincavelmente atados ao modo de produção econômico-político-social.” (SANTAELA, 2008, p. 10).

Grande parte, ou talvez a quase totalidade das correntes teóricas, dos pesquisadores e dos militantes - sejam da comunicação, da sociologia ou da política -, compreendem a relação "mídia e sociedade" de modos distintos, mas pouco diferenciados.Distintos por que inovam nos conceitos e nas expressões, mas pouco diferenciados por que na prática pouco atuam ou avançam e, por isso, continuam a realçar e a praticar a velha disjunção entre 'mídia e sociedade'  em detrimento da interelação, via processos de poder, hegemonia, negociação e de disputa.

Para alguns, parece que a mídia, enquanto dispositivo tecnológico ou conteúdo, paira em um plano metasocial; um epífenômeno solto e intacto de qualquer intervenção, investimento, estratégia ou de prática social.

Esta perspectiva, excessivamente separatista, gera dois grandes acontecimentos:

1 - a anulação histórica da constituição dos monopólios midiáticos sob a lógica da dominação e do silenciamento social - já que a mídia é o resultado de uma elite que 'faz bem a mídia', pois oferta o que o povo deseja;
2- o apagamento  das possibilidades de engajamento pelos próprios atores sociais - via novas tecnologias - sobre esta mesma lógica, já que a mídia é o príncipe eletrônico, o quarto poder ou um grupo capitalista incomunicável e intocável.

Alimenta-se, assim, um movimento autopoiético, que invisibiliza as brechas, como as possíveis ações sociais transformadoras sobre a própria mídia. Mesmo com tantas tecnologias de uso individual, pouco se avança para a prática comunicacional coletiva, a qual é a única capaz de alterar para o modo "agir" todas aquelas práticas, discursos e sentidos do "sofrer" a mídia.  

Ou seja: "deveríamos voltar a pensar em que sentido tem a velha noção, tomada de Paulo Freire, da comunicação popular como aquela dimensão comunicacional de trabalho político." (HUERGO, 2009, p. 199-200 – tradução livre).


Bib.

*HUERGO, A. Jorge.Reflexiones sobre la formación ciudadana em la “sociedad de la información”. In: MATA, Maria Cristina.(org). Democracia y ciudadanía em la “sociedad de la información” desafios y articulaciones regionales. Córdoba: 2009.


SANTAELA, Lucia. Por que as comunicações e as artes estão convergindo? 3º Ed. São Paulo: Paulus, 2008.

O "Saber cultivar" em Gramsci

"A roseira pegou uma terrível insolação: todas as folhas e as partes mais delicadas se queimaram e carbonizaram; tem um aspecto desolado e triste, mas começa a dar brotos novamente. Não morreu, pelo menos por hora. A catástrofe solar era inevitável, por que só pude cobri-la com papel, que o vento carregava (...). As sementes demoram muito para germinar (...); por certo eram sementes velhas e, em parte, estragadas. As que saíram à luz do mundo se desenvolvem lentamente e estão irreconhecíveis. 

Acho que o jardineiro, quando lhe disse que uma parte das sementes era muito boa, queria dizer que serviam para comer; de fato, algumas plantinhas se parecem estranhamento com salsa e cebolinha, em vez de flores. Todo o dia me vem a tentação de espichá-las um pouco para ajudá-las a crescer, mas hesito entre as duas concepções de mundo e a da educação: ou ser rousseauniano e deixar a natureza, que nunca erra e é fundalmentalmente boa, ou ser voluntarista e forçar a natureza, introduzindo na evolução a mão experiente do homem e o princípio da autoridade. Até agora a incerteza não acabou e em minha cabeça as ideologias estão em conflito. As seis plantinhas de chicória logo se sentiram em casa e não tiveram medo do sol: já começaram a desenvolver o talo, que dará as sementes para as futuras colheitas. As dálias e as canas-da-índia dormem sob a terra e ainda não deram sinal de vida"

Cartas do cárcere de Antonio Gramsci (pg. 334). Cácere de Turi, 22 de abril de 1929

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Egídio Brunetto, presente!


ELE PREFERIU SÓ SER HUMANO

Nas lutas por conquistas nascera pobremente
Um fiapo de espírito preso a um corpo torto
Não pretendia mais do que a fronte via
Nem se apegava ao pouco que juntava.
Tornou-se ele em si em meio aos outros
Um figurante, um jovem, um campeador...
Queria um pouco do muito que importava
E o que importava tornava-se valor.

Aprendera a sonhar, a sorrir, a fazer graça....
Das próprias deficiências trazidas como herança
Tornou-se astuto e ao mesmo tempo o fruto
De uma colheita pelas suas mãos feitas.
Que belos rastros marcou pelo caminho
Formando linhas de solas em fileiras
Se o Céu com lágrimas desmanchar o exemplo
Cada pisada marcada será uma bandeira.

Tornou-se homem formado em meio ao gênero
Paciente e calmo plantava nas consciências
Sobre as barreiras queria formar as sementeiras
Para os cultivos dos braços combativos.
Não pretendeu ser mais do que cresceu;
Cresceu rasteiro como o oceano
Se em seu lugar comum seria brilhar
Ele ao passar quis ser somente humano.

Deixa-nos e leva-nos ao raciocínio
Ao pensamento do tudo praticado
Como quem diz: tudo o que disse, fiz;
Mas há fazer ainda por dizer.
E se amanhã nas frontes levantadas
Brilhar o Sol com raios vencedores
Brilha por ti por sempre ter estado
À frente, ao lado, da prática dos valores.
 
Ademar Bogo
28/11/2011

Egídio Brunetto, dirigente do MST, que atuava no Mato Grosso do Sul, morreu em um acidente na rodovia MS 164, na tarde desta segunda-feira (28/11).
Filho de camponeses sem terra, trabalhou desde a infância na roça e, sempre muito esperto e indignado, envolveu-se com a pastoral da terra na região oeste de Santa Catarina, e se transformou em militante do MST desde a década de 80.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Calle 13 Latinoamérica


Vamos caminando.... Aquí estamos de pie... 
¡Que viva la américa! No puedes comprar mi vida...

Soy... soy lo que dejaron... Soy toda la sobra de lo que te robaron....Un pueblo escondido en la cima... Mi piel es de cuero, por eso aguanta cualquier clima... Soy una fábrica de humo... Mano de obra campesina para tu consumo... Frente de frío en el medio del verano... El amor en los tiempos del cólera, ¡mi hermano!
Si el sol que nace y el día que muere.... Con los mejores atardeceres.... Soy el desarrollo en carne viva
Un discurso político sin saliva... Las caras más bonitas que he conocido... Soy la fotografía de un desaparecido... La sangre dentro de tus venas.... Soy un pedazo de tierra que vale la pena... Una canasta con frijoles, Soy Maradona contra Inglaterra... Anotándote dos goles... Soy lo que sostiene mi bandera... La espina dorsal del planeta, es mi cordillera... Soy lo que me enseñó mi padre.... El que no quiere a su patría, no quiere a su madre.... Soy América Latina, Un pueblo sin piernas, pero que camina... Tú no puedes comprar el viento....
Tú no puedes comprar el sol
Tú no puedes comprar la lluvia
Tú no puedes comprar el calor

Tú no puedes comprar las nubes
Tú no puedes comprar los colores
Tú no puedes comprar mi alegría
Tú no puedes comprar mis dolores

Tú no puedes comprar el viento
Tú no puedes comprar el sol
Tú no puedes comprar la lluvia
Tú no puedes comprar el calor

Tú no puedes comprar las nubes
Tú no puedes comprar los colores
Tú no puedes comprar mi alegría
Tú no puedes comprar mis dolores

Tengo los lagos, tengo los ríos... Tengo mis dientes pa' cuando me sonrio... La nieve que maquilla mis montañas... Tengo el sol que me saca y la lluvia que me baña.... Un desierto embriagado con peyote
Un trago de pulque para cantar con los coyotes.... Todo lo que necesito, Tengo a mis pulmones respirando azul clarito... La altura que sofoca, Soy las muelas de mi boca, mascando coca... El otoño con sus hojas desmayadas... Los versos escritos bajo la noches estrellada... Una viña repleta de uvas..Un cañaveral bajo el sol en Cuba... Soy el mar Caribe que vigila las casitas... Haciendo rituales de agua bendita
El viento que peina mi cabellos... Soy, todos los santos que cuelgan de mi cuello
El jugo de mi lucha no es artificial.... Porque el abono de mi tierra es natural
Não se pode comprar o vento
Não se pode comprar o sol
Não se pode comprar a chuva
Não se pode comprar o calor
Não se pode comprar as nuvens
Não se pode comprar as cores
Não se pode comprar minha alegria
Não se pode comprar as minhas dores
No puedes comprar el sol...
No puedes comprar la lluvia
(Vamos caminando) No riso e no amor
(Vamos caminando) No pranto e na dor
(Vamos dibujando el camino) El sol...
No puedes comprar mi vida... (Vamos caminando) LA TIERRA NO SE VENDE.... Trabajo bruto, pero con orgullo.... Aquí se comparte, lo mío es tuyo... Este pueblo no se ahoga con marullo... Y se derrumba yo lo reconstruyo... Tampoco pestañeo cuando te miro... Para que te recuerde de mi apellido... La operación Condor invadiendo mi nido... !Perdono pero nunca olvido! Vamos camimando... Aquí se respira lucha
Vamos caminando.... Yo canto porque se escucha... Vamos dibujando el camino... (Vozes de um só coração)
Vamos caminando.... Aquí estamos de pie... ¡Que viva la américa! No puedes comprar mi vida...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O jornalista como o hermeneuta da realidade


Para tanto, necessitaria a prática jornalística ampliar os espaços para aquelas vozes que estão do outro lado das pautas tradicionalmente estabelecidas, as quais, na maioria das vezes, são guiadas por políticas editoriais nada democráticas e pouco comprometidas com a cidadania ou com a justiça social.  


Publicado em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br

O filósofo alemão Hans Gadamer sintetiza a experiência da comunicação à fusão de horizontes. A partir do horizonte do outro, ou seja, a partir da realidade do outro, acontece um encontro onde a comunicação gera a fusão de conhecimentos entre sujeitos que antes permaneciam distantes. Por exemplo, uma favela e um bairro de alta classe por meio do jornalismo se encontram e se fundem, mesmo que pela lógica do medo, da tensão ou da repulsa. A tomada de conhecimento do outro possibilita a compreensão da realidade social, da aproximação ou do estranhamento, bem como das formas de poder e de intervenção sobre os fatos.

Na experiência comunicativa com o outro, multiplicam-se e ampliam-se os conhecimentos, pois toda a aproximação ocorrida entre sujeitos possibilita novos modos de pensar, de agir e de se relacionar.
Assim, a comunicação que aproxima o sujeito do outro, ou de alguma realidade até então distante, poderá elevá-lo a um outro nível de consciência ou para uma visão de mundo mais ampla e mais profunda. O autor Albert Camus ilustra bem esta situação com os personagens Jacques e Pierre:
“Apenas a escola dava a Jacques e a Pierre essa alegria. E, sem dúvida, aquilo que amavam tão apaixonadamente nela era o que não encontravam em suas casas, onde a pobreza e a ignorância tornavam a vida mais dura, mais morna, como que fechada em si mesma; a miséria é uma fortaleza sem ponte levadiça.”

A capacidade de se situar no horizonte do outro

Segundo Hans Gadamer e Friedrich Schleiermachaer, “mediante a compreensão do horizonte do outro pode-se aumentar e expandir o próprio horizonte e, assim, realizar uma fusão de horizontes”. No campo da comunicação jornalística – como em outras áreas sociais, como a literatura, o cinema, o teatro –, acontece esta possível fusão entre emissor e receptor. Neste cenário, o conceito de Gadamer conduz ao pensamento de que devo colocar-me no mundo do outro para compreendê-lo ou para revelá-lo.
O pesquisador e jornalista Pedro Gilberto Gomes, no livro Filosofia e Ética da Comunicação na Midiatização da Sociedade, afirma: “O profissional da comunicação é, de uma certa maneira, o hermeneuta da realidade. Portanto, o sucesso de seu trabalho depende, fundamentalmente, da capacidade que ele tiver para situar-se no horizonte do outro, tanto para compreendê-lo como para descrever e transmitir-lhe a sua mensagem.” O jornalista é um hermeneuta: ele observa, interpreta, traduz o conhecimento complexo e o transforma em informação acessível ao leitor, telespectador ou ouvinte. Essa relação, quando não realizada de modo rápido ou superficial, enriquece a vida dos sujeitos e aprimoraa comunicação.

Exclusão econômica e intolerância

Mesmo que o jornalismo se configure como um campo de tensões resultantes da competição pela compra e venda da notícia, não podemos desconsiderá-lo como um produto da realidade social, que auxilia as pessoas mediante as necessidades cotidianas, que capta a realidade a partir de um ponto de vista e que facilita a transmissão de informações, bem como a produção de conhecimento. Ou seja, as possibilidades de intervenção social ativadas pelo jornalismo são variadas e múltiplas. Investigar, revelar os acontecimentos e aproximar o que estava distante é um dos fatores primordiais da ação jornalística. É também por este caminho que o ser humano vê o seu semelhante através do jornalismo. A partir da informação e da comunicação, o que se encontrava isolado agora se encontra com outras pessoas e experimenta a existência de um mundo vivido cada vez mais de modo comum. Ao enxergar o outro fazendo parte de um grande conjunto chamado sociedade, potencializa-se a união dos laços humanos.
No entanto, o mundo contemporâneo, cada vez mais possível de ser reconhecido de modo global ou comum, ainda é cenário da exclusão econômica e da intolerância religiosa e cultural: caberia ao jornalismo intervir nesta situação? Seria ele capaz de fazer a mediação ou ser ponte de acesso aos espaços de poder para os menos favorecidos?

Do outro lado das pautas

O jornalismo é fundamental para a conquista da cidadania devido à sua possibilidade de revelar à sociedade o que é do interesse comum. No campo da comunicação, a cidadania pode ser exercida e construída, pois ser cidadão significa constituir-se como parte tecido social, construir e usufruir dos direitos e deveres, sobretudo os da comunicação.

A competência de dizer a palavra e argumentar publicamente representa um poder no mundo contemporâneo. Esta consciência cidadã pode ser considerada fruto de um progresso social e humano no decorrer de um processo pedagógico-comunicativo. Com Paulo Freire descobrimos que a comunicação e a educação são indissociáveis para a obtenção de direitos ou da tão almejada justiça social. Assim, o processo educativo é possível apenas através comunicação, e vice-versa, como na possibilidade de ler e descrever o mundo, de argumentar e de reclamar por direitos.

O diálogo com o outro proporciona uma ampliação do horizonte comunicativo, que vai além da relação emissor/receptor. Assim, o agir comunicativo, como o debate interpessoal e público conforme debatido por Habermas, passa a ser uma ferramenta essencial para a qualificação dos direitos e da vida em sociedade.

Neste horizonte, o jornalista enquanto hermeneuta da realidade ocupa, de modo crescente, a dianteira da produção e da difusão informacional, que aproxima, constrói, revela a realidade e orienta valores. Para tanto, necessitaria a prática jornalística ampliar os espaços para aquelas vozes que estão do outro lado das pautas tradicionalmente estabelecidas, as quais, na maioria das vezes, são guiadas por políticas editoriais nada democráticas ou pouco comprometidas com a cidadania ou com a justiça social.

***

[Joel Felipe Guindani e Éderson Silva são, respectivamente, radialista e doutorando em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e graduando em Comunicação Social –Jornalismo na Unisinos]

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reseña: La comunicación y la información como espacio de ciudadanía

La diversidad semántica y usual de la noción de “ciudadanía” es la prueba que legitima su relevancia en la contemporaneidad. La diversidad de acciones identificadas como ciudadanas es parte de un proceso social complejo, que en la mayoría de los casos son síntomas de una sociedad desigual y ambientalmente desestructurada.

Así, el libro “Comunicación, información y ciudadanía”: reflexionando prácticas y contextos”, tiene a la ciudadanía como elemento central para la sustentabilidad ambiental, bien como para el avance social de forma más humana, justa y fraterna. Los 28 autores que componen la obra demuestran que esta ciudadanía, tan hablada y requerida por diversas voces, no se construye de modo aislado a los procesos de comunicación y de información. En otras palabras, la plenitud ciudadana necesita ser fecundada en suelo comunicativo, del decir de la palabra, del debate interpersonal y público, del acceso y del consumo informacional. 

Versão completa em: www.portalcomunicacion.com/nov_editoriales_det.asp?id=1731&lng=esp

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

 
“No tengo más enemigos, sino los que se oponen a la pública felicidad, y que serán únicamente mis amigos los que contribuyan a fijarla.” (José Gervasio Artigas)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ocupação do MST no RS conquista área para o assentamento de famílias

Desde o dia 26 de setembro, integrantes do MST vêm se mobilizando no estado do Rio Grande do Sul para pressionar o governo estadual e o federal a cumprirem um acordo firmado em abril de 2011, juntamente com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), onde ficou previsto o assentamento de 1000 famílias até o final deste ano. O acordo não vinha sendo respeitado, o que fez com que os agricultores e agricultoras ocupassem três regiões do estado: Viamão, Vacaria e Sananduva. Nesta quinta-feira, dia 06, o movimento obteve uma importante conquista. Depois de quase duas semanas de ocupação e resistência em Viamão e três anos sem conquistas de terras, os trabalhadores conseguiram uma área pública de 350 hectares no município de Charqueadas, onde será realizado assentamento de famílias rurais. Além disso, o governo do estado ficou de apresentar, em 10 dias, uma outra área para assentamento de mais agricultores. Mesmo com a sinalização do governo do estado, os trabalhadores sem terra continuam mobilizados, caso a promessa de assentamento não seja cumprida nesses 10 dias. Assista o vídeo da ocupação http://www.youtube.com/watch?v=N7RqgS41DNs&feature=player_embedded

IX Encuentro Nacional y el I Latinoamericano de Estudiantes de Comunicación en Atlántida, Uruguay

El viernes 7, sábado 8 y domingo 9 de octubre, se llevará a cabo el IX Encuentro Nacional y el I Latinoamericano de Estudiantes de Comunicación en Atlántida, Uruguay. Participaremos más de 1.500 compañeros de todo nuestro continente. Brasil, Paraguay, Venezuela, Costa Rica, Cuba, Colombia, Chile, Argentina y Uruguay estarán presentes en la novena edición de los Encuentro Nacionales de Estudaiantes de Comunicación y en la I Latinoamericana. Gabriel Kaplún, Claudia Villamayor, Gustavo Bulla, Liz Pérez, Sergio Caletti, Néstor Busso, entre otros docentes, investigadores y trabajadores del campo, nos estarán acompañando en el encuentro, para discutir, compartir y pensar juntos al campo de la comunicación: su estado, sus tensiones y las posibilidades de transformación y de acción de cara al futuro. Abordamos la discusión de la comunicación, en un momento muy particular para el campo. Los medios masivos de comunicación se han puesto en la mira de muchos países, generando transformaciones evidentes que ponen en jaque el status quo que durante los 90 fue reinante. Los procesos políticos que se viven en América Latina abrieron la brecha que posibilitó discutir y generar transformaciónes, como es el caso de la aprobación de ley 26.522 de Servicios de Comunicación Audiovisual, en la comunicación masiva. Esto genera intensas tensiones en las currículas y planes de estudios las universidades de todo el continente que hoy están rediscutiendo el rol del comunicador de cara a nuevos y complejos escenarios sociales. Tres ejes estructuran el encuentro: Las organizaciones sociales y la intervención en la comunicación; Currículas y formación y, finalmente, Políticas públicas, nacionales y regionales, en comunicación. Se llevará adelante en el balneario de Atlántida, a pocos kilómetros de Montevideo, Uruguay. Te invitamos a que viajes con nosotros para poder ser parte de las discusiones que los estudiantes de comunicación de todo el continente nos tenemos que dar de cara a los desafíos que se abren en este tiempo tan propicio para construir nuevos horizontes colectivos en el que estamos inmersos. Salimos el Jueves 6 de Octubre a las 21 hs., desde la Sede de Constitución de la Facultad de Sociales. La vuelta será en el transcurso del lunes 10 de Octubre (que es feriado) Te esperamos con la bolsa de dormir bajo el brazo y un juego de cubiertos en la mochila!! El viaje, el alojamiento y la comida de los tres días... todo por solo $350.- Ser parte del Encuentro Nacional y Latinoamericano de Estudiantes, no tiene precio!

domingo, 2 de outubro de 2011

Acampados iniciam plantio da terra em Vacaria

Os 500 sem terra que estão acampados em uma área pública na cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul, iniciaram, à partir das 8h30min, a lavrar a área. Eles irão fazer hortas para o autosustento das famílias. Os sem terra ocupam a área de 400 hectares de terra, que fica próxima a BR 285, à 1km da entrada da cidade, desde a segunda-feira passada (26). Já na área ocupada por 300 sem terra nas margens da RS-040, em Viamão, ocorre uma assembleia de assentados nesta sexta-feira (30), ao meio-dia.Os agricultores irão doar alimentos em solidariedade às famílias acampadas e em apoio à desapropriação da área para a Reforma Agrária. Perto desta área há um assentamento do MST com 250 famílias, onde são produzidos arroz e verduras agroecológicas (sem agrotóxico e adubos químicos), com cooperativas e grupos de produção. Os assentamentos do MST na região metropolitana de Porto Alegre constituem a maior produção de arroz agroecológico do RS. Em Sananduva, na região Norte, os mais de 200 sem terra que ocuparam uma área de 300 hectares permanecem no local. Famílias irão resistir a despejos As famílias acampadas em Viamão e Sananduva não deixarão as áreas. A Justiça já determinou a reintegração de posse imediata das duas fazendas. Os despejos podem acontecer a qualquer momento. Os acampados reafirmam que não sairão das áreas até que o governo do estado e o Incra anunciem o assentamento das famílias. Ainda em Abril, o governo do estado, depois de um acordo com o governo federal, se comprometeu a assentar as famílias que se encontram acampadas embaixo da lona preta em todo o Estado. Desde a assinatura do “Termo de Compromisso” com os camponeses, nenhuma família foi assentada. Os governos federal e estadual encaram a Reforma Agrária como questão de polícia. A decisão das famílias sem terra em resistir aos despejos é uma forma de pressionar pelos assentamentos, já que os acordos e metas têm sido constantemente descumpridas pelo poder público. Reiteramos que a responsabilidade sobre o que venha a ocorrer nas ações de despejo é dos governos estadual e federal. http://ocupacaosemterra.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Da Comunicação à Ampliação da Cidadania dos Remanescentes de Quilombo

Resumo O artigo parte do princípio de que os processos comunicacionais são fundamentais para a construção e ampliação da cidadania como forma de emancipação social. Identifica os processos comunicacionais na comunidade quilombola, analisando como eles realizam a construção da cidadania junto às manifestações socioculturais locais. O estudo foi realizado em 2010 na comunidade rural Campina de Pedra, localizada no município de Poconé, Mato Grosso. Através de entrevistas e de observação participante com os remanescentes do quilombo foi possível perceber os processos comunicacionais na constituição da cidadania enquanto práticas da vida coletiva, que envolvem o reconhecimento da identidade do grupo, a participação comunitária, o fortalecimento de diversas experiências que preservam as tradições e que fazem avançar ações emancipadoras mediante as novas formas de regulação social. Palavras-Chave: Comunicação; Cidadania; Remanescente de Quilombo. Autoria de Cristóvão Domingos de Almeida, Valdir José Morigi e Joel Felipe Guindani

domingo, 21 de agosto de 2011

A tecnologia radiofônica como ambiência comunicacional



Resumo: Apresenta a tecnologia radiofônica de modo complexo e demonstra que as afetações decorrentes da apropriação e do uso que os sujeitos fazem dela ultrapassam a dimensão do meio e da mensagem. Assim, compreende o rádio enquanto uma ambiência comunicacional derivada de processos, de interconexões em rede e de ações sócio-simbólicas. Fundamenta-se enquanto uma abordagem teórico-metodológica que é construída a partir de algumas obras de autores como: Muniz Sodré, Arthur Ferrareto, Antonio Fausto Neto, Lilian Zaremba, Manuel Castells e Pierre Bourdieu. Resgata depoimentos de comunicadores da Rádio comunitária Terra Livre FM, os quais explicitam algumas especificidades sobre os usos, os modos de apropriação e as consequentes afetações que emergem desta referida ambiência comunicacional, demonstrando-a, assim, como um campo sócio-simbólico em constante processo de disputa e de interconexão com as demais práticas sociais que a constituem.

Palavras-chave: Rádio, teoria, metodologia, sujeito.

Versão completa com: j.educom@gmail.com


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Alunos da Escola Nova Sociedade realizam oficinas de comunicação


"Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana nao encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais" (E. Galeano).



Junto com as demais atividades da semana nacional da juventude, a oficina de comunicação foi desenvolvida com estusiasmo e criatividade pelos jovens da Escola Nova Sociedade, localizada no Assentamento Itapuí, à 50Km de Porto Alegre. Além da rádio-escola ser realizada ao vivo durante os intervalos, os jovens produziram notícias, entrevistas e gravações em áudio. As oficinas de comunicação terão continuidade durante o semestre.






V Seminário de Metodologias Transformadoras


De 16 a 19 de agosto, a Rede AmLat realiza o V Encontro de Metodologias Transformadoras e o V Seminário de Metodologias Transformadoras. Os eventos ocorrem na Unisinos e recebem professores da Argentina, Equador, Venezuela, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Paraíba.

O V Encontro de Metodologias Transformadoras será realizado nos dias 16 e 17 de agosto de 2011, reunindo pesquisadores dos Grupos que integram a Rede AmLat (PROCESSOCOM, CEA, CEPAP, FACSO, DECOM, NECOM, PRAGMA). O principal objetivo das atividades é cooperação científica acadêmica em pesquisa em comunicação entre as instituições participantes.

O V Seminário de Metodologias Transformadoras acontece em 18 e 19 de agosto de 2011, na Sala Conecta. O evento busca debater a pesquisa em Ciências da Comunicação, enfocando as problemáticas metodológicas. A atividade oferece palestras e mesas com apresentações de pesquisas acadêmicas, e também espaço para debate metodológico entre participantes e expositores.
As inscrições podem ser feitas até o início do evento (8h30, de quinta-feira, 18), as vagas são limitadas por ordem de chegada. Os inscritos que tiverem no mínimo 75% de frequência nas atividades do Seminário receberão certificado de participação.

A cobertura dos eventos será realizada pelos participantes do PROCESSOCOM e pode ser acompanhada no blog do Grupo (http://processocom.wordpress.com/) e no portal da Rede AmLat (http://redeamlat.org/).

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A notícia quente e a notícia fria.



A tragédia do voo JJ 3054 virou notícia fria para o consumo imediato? A história gera o esfriamento dos fatos? A lógica do jornalismo produtivista tem pouca memória? De 2007 a 2011, o que mudou?

Algumas notícias denunciavam certa crise no setor aéreo brasileiro: voos constantemente atrasados, aeroportos em situações precárias ou funcionando ao lado de reformas, enormes filas de passageiros para o embarque etc. Neste contexto, emerge a notícia: um avião da TAM ultrapassa a linha de segurança da pista e, em seguida, a explosão.

Foi numa tarde de terça-feira, às 17 horas e 15 minutos do dia 17 de Julho de 2007. O voo da TAM JJ 3054 aterrissava no Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo, com 187 pessoas a bordo. Para alguns, época de férias. O país inteiro vibrava com a realização dos jogos Pan-Americanos. Ao entardecer, tal euforia dava lugar ao desespero: a maior tragédia aérea já anunciada pelos meios de comunicação brasileiros. O desastre, marcado pela morte de 199 pessoas, modificou o cenário dos Jogos Pan-americanos. Minutos após, atletas brasileiros competiram com uma faixa preta no braço; as bandeiras nacionais desceram a meio mastro.

O acidente aéreo, a partir da intensa cobertura feita pelos meios de comunicação brasileiros, também serviu de matéria-prima à mídia internacional. Um dos maiores jornais do mundo, The New York Times, através de seu correspondente Larry Rother, noticiou o fato enquanto revivia a crise aérea brasileira desde o acidente do avião da Gol ocorrido em setembro de 2006. Na Argentina, o jornal Clarín estampou a tragédia na capa da edição eletrônica e rememorou o incidente com o avião da Pantanal ocorrido no dia anterior, no mesmo aeroporto. Na Espanha, o El País denunciou que uma falha na manobra de pouso fez com que o avião se chocasse com o depósito. Em poucas horas do ocorrido, a rede de televisão CNN destacou a tragédia como uma das piores da história da aviação. Na mesma linha, o grupo britânico BBC denominava o desastre como a maior tragédia do ano. No Brasil, a tragédia tomava conta da programação de todas as emissoras. Todos os detalhes eram reprisados e as novas revelações faziam do fato a notícia mais quente dos últimos tempos.

De 2007 a 2011, o que mudou?

A mídia brasileira, buscando reaver a dívida contraída nas eleições presidenciais de 2006, fez do acidente da TAM uma potente arma a ser utilizada contra o governo Lula. Os editoriais dos grandes jornais brasileiros, como o da Folha de S.Paulo, culparam Lula como o principal responsável pelo acidente. No Estadão, a opinião dos leitores, na totalidade, atacava Lula e também os seus ministros. Este comportamento jornalístico, sempre beirando o sensacionalismo ou o personalismo, utilizou-se de vários artifícios espetaculares, deixando pouco espaço para o questionamento dos familiares, os quais também denunciavam a falta de procedimentos legais, tanto do Judiciário como da própria empresa aérea.

Após quatro anos, por que a mesma mídia não tem o mesmo interesse pela tragédia? Neste último final de semana, alguns canais retocaram o assunto, porém sem a mesma ênfase e, muito menos, sem esclarecer os desdobramentos judiciais do caso. O Jornal Nacional e o Fantástico do último domingo (17/7) retrataram, brevemente, a mobilização dos familiares das vítimas. Foi um “noticiar para recordar”, pois a notícia não durou mais que um minuto. Por outro lado, a nova tragédia em Recife, referente ao voo 4896, da Noar Linhas Aéreas, foi a notícia quente, requintada, com falas registradas pela equipe de manutenção da aeronave minutos antes do acidente.

A tragédia do voo JJ 3054 virou notícia fria para o consumo imediato? A história gera o esfriamento dos fatos? A lógica do jornalismo produtivista tem pouca memória? De 2007 a 2011, o que mudou? No que diz respeito à situação dos aeroportos, pouco ou quase nada de positivo aconteceu. A superlotação e a infraestrutura atual revelam a fragilidade da segurança aeroportuária. Isto é noticiado pela grande mídia com certa frequência, tendo em vista os milhões de turistas e de dólares que poderão chegar junto com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Apenas sombras da memória

Em forma de resposta à falta de apoio concreto, ou do esfriamento do caso, tanto por parte dos órgãos competentes como da própria mídia, os familiares das vítimas do voo JJ 3054 criaram a Afavitam (Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo JJ TAM 3054). Através desta instituição, cobram esclarecimentos da Anac, da Infraero e da própria TAM. Além do exemplo de solidariedade, os familiares, mesmo após o ocorrido, continuam realizando ações concretas, de cidadania e de compromisso com a questão aérea brasileira, que ainda não é segura para os milhões de passageiros que continuam decolando e aterrissando em solo brasileiro.

O caso JJ TAM 3054 foi e continua muito mais quente e complexo do que a imprensa tenta ou pôde retratar. Enquanto notícia quente, muito se explorou, mas enquanto notícia fria, muito se esqueceu e, até mesmo, se omitiu. Restariam, então, apenas algumas sombras da memória, as quais são cada vez menos projetadas pela grande mídia na tela da realidade nacional?

***

[Joel Felipe Guindani e Éderson Silva são, respectivamente, radialista e doutorando em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e graduando em Jornalismo pela Unisinos]

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pessoas que escutam rádio são mais felizes



Um novo estudo encomendado pelo Radio Advertising Bureau na Inglaterra mostra que pessoas que escutam rádio têm níveis mais altos de felicidade e energia, do que pessoas que consomem outros tipos de mídias.
1000 pessoas participaram do estudo, que foi feito através de smart phones. A pesquisa pedia que as pessoas declarassem através do celular, as mídias consumidas por elas e seu humor.
Um estudo feito separadamente chegou a resultados semelhantes. Utilizando eletroencefalografia para examinar a atividade cerebral de seis pessoas, cientistas perceberam que o rádio estimulou níveis de envolvimento positivos no cérebro dos voluntários.

http://www.radiofandango.com.br/archive/valor.php?noticia=22297

domingo, 17 de julho de 2011

O que é o real?




A questão da realidade, desde a grécia antiga, incomoda o pensamento humano. Seja no mundo das ideias ou no mundo do sensível , as tecnologias -tanto as que projeam sombras na caverna, quanto as que reconstroem digitalmente as coisas -, impõe a dúvida como a única certeza a ser seguida.

A realidade não se reduz ao que pode ser visto. Identifica-se também ao que pode ser dito. (Paul Ricouer)

A linguagem é mais poderosa como experiência das coisas do que a experiência das coisas. Os signos são experiências mais potentes do que tudo o mais e, por isso, quando se lida com as coisas que realmente importam, então se lida com palavras. Elas têm uma realidade que excede, em muito, as coisas a que designam.William Glass

A confusão das palavras gera a das coisas (M. Maffesoli)

O real não existe (Lacan)

O que é o real?????

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Testemunha de assassinato de sem terra é ameaçada no Paraná



Uma das principais testemunhas do assassinato de Eduardo Anghinoni recebeu uma ligação anônima para ameaçá-lo. A ligação aconteceu no dia 28 de junho, e “aconselhava” a testemunha a não comparecer ao júri a fim de “garantir sua integridade física”. A notícia é do sítio Terra de Direitos, 13-07-2011.


O júri acontecerá no dia 27 de julho, após 13 anos do assassinato. Eduardo foi morto por engano, em Querência do Norte, quando visita seu irmão, Celso, uma das principais lideranças do MST no Paraná. O acusado do crime é Jair Fermino Borracha, que chegou a ser preso durante as investigações do caso. No momento de sua prisão, Borracha empunhava uma arma contra os policiais e um exame de balística comprovou que desta arma saíram os tiros que mataram o Eduardo.

Para os advogados que trabalham na acusação do assassino, o telefonema foi uma clara intimidação para impedir a realização do júri. A denúncia do fato foi encaminhada a diversos órgãos públicos. Também foi realizado um pedido de prisão preventiva para Jair Fermino Borracha, a fim de que o andamento do júri não seja prejudicado.

A época do assassinato foi um período de intensos conflitos no campo, onde se formou uma vasta rede entre fazendeiros, políticos locais e milícias privadas, contratadas para fazerem despejos ilegais, ameaças e, ao que tudo indica, assassinatos encomendados. Entre 1994 a 2002, o Paraná teve seis trabalhadores sem terra assassinados, 47 ameaças de morte e 324 feridos em 134 ações de despejo

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Comunicação alternativa: a que?


A comunicação é por natureza alternativa. Alternativa a tudo aquilo que não é comunicação, ou seja, a tudo que é incomunicação, que é obscuro, que não é entendido, que não é dito ou o que não é revelado.

Comunicação alternativa é alteridade, quer dizer, tem a ver com tudo aquilo que depende do outro para ser ou para existir. Então, comunicação alternativa é aquilo que, obrigatoriamente, necessita da inclusão do outro para ser, pois se houver alguma barreira que dificulte a inclusão do outro, já podemos começar a duvidar de que isso ou aquilo se trate de comunicação alternativa. Comunicação alternativa pode ser aquela experiência que reanima tudo o que está, por algum motivo, em um estado de incomunicação ou de silenciamento. Recordando Paulo Freire, é comunicação alternativa aquilo que possibilita a palavra do outro.

Mas, comunicação como alternativa a que tipo de incomunicação? A comunicação alternativa está na história, faz-se resistência e luta contra os atos de incomunicação praticados contra os famintos, sejam crianças, mulheres trabalhadoras, negros marginalizados ou brancos desempregados.

Atos de incomunicação

Segundo o pesquisador Giovani Semeraro, ao longo dos 500 anos de colonização não é difícil pontuarmos algumas práticas que, a nosso ver, são atos de incomunicação, como:

1) O extermínio de mais de 50 milhões de índios, na época da descoberta;

2) O tráfico dos escravos negros arrancados da África, entre os séculos 16 e 19;

3) O sistema de escravidão e de servidão imposto pelo mundo da produção capitalista;

4) As matanças e repressões contra inúmeros protestos, rebeliões e insurgências populares (Canudos, Contestado, Curumbiara, Eldorado de Carajás)

5) A tortura, a prisão, o exílio aplicados aos dirigentes e a todos os que ousaram opor-se ao sistema colonial/capitalista;

6) As ondas de migrantes expurgados de suas terras;

7) A devastação da natureza para a transferência de riquezas para os países centrais;

8) A imposição cultural, religiosa e política que sustenta os governos autoritários no poder;

9) A subordinação da soberania nacional aos circuitos políticos internacionais, como o FMI, e aos demais acordos fechados através da incomunicação com os países do hemisfério sul;

10) A especulação financeira e a armadilha da dívida externa, do déficit zero.

E a comunicação alternativa que é necessária?

Tais silenciamentos históricos são os fundamentos da concentração midiática atual, seja a dos grandes meios ou da massiva, como também a da comunicação virtual que, mesmo expandindo as possibilidades de comunicação, não possui uma base produtiva tão participativa ou democrática. Assim, a produção científica e os saberes necessários ao manuseio das novas tecnologias estão, inicialmente, nas mãos de alguns. Então, o controle da situação – tanto de fabricação, quanto de uso – partem sempre de um ponto e esse ponto está naquela ponta que detém o poder econômico e cultural: ainda são da cultura e do poder econômico dominante o uso e o controle primeiro das novas tecnologias.

A incomunicação ou a falta de comunicação é, sem dúvida, o núcleo central de todas as formas de poder, que geram os autoritarismos e silenciamentos atuais. Na página 123 do livro Direito e Democracia, Habermas afirma que “os homens não podem nem interagir, nem comunicar-se discursivamente senão na perspectiva de uma ordem social não repressiva (…) a qual, precisamente, não existe, mas que tais antecipações nos autorizam a definir como possível”. Possível, pois onde há a incomunicação há, também, resistências e lutas por comunicação.

Desponta, assim, a comunicação alternativa de maneira diversificada, que força a hegemonia da incomunicação a partir de uma nova ordem produtiva, de conteúdos e de sentidos rápidos, difíceis de serem controlados.

Enfim, há diversos modos de se compreender e de se fazer comunicação alternativa, mas creio que uma pergunta pode nos ser comum: quem sou eu mediante aquilo que precisa ser feito para que exista a comunicação alternativa que acredito ser necessária?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cartas do Cárcere, Antonio Gramsci


Roma, 20 de novembro de 1926

Minha querida Iulca,

(...) Tentei imaginar como vai se desenrolar toda a vida futura de vocês, porque vou ficar certamente muito tempo sem notícias suas; e voltei a pensar no passado, nele buscando razão de força e de confiança infinita. Sou e serei forte; amo você muito e quero rever e ver nossos pequenos filhos. Preocupa-me um pouco a questão material: seu trabalho será suficiente? Penso que não seria menos digno de nós nem exagerado pedir um pouco de ajuda. Gostaria de convencê-la disto, para que você me escute e procure meus amigos. Estaria mais tranquilo e mais forte, sabendoa-a protegida contra qualquer acontecimento ruim. Minhas responsábilidades de pai sério ainda me atormentam, como pode ver.
Minha querida, não gostaria de intranquilizá-la, de modo algum: estou um pouco cansado, porque durmo pouquíssimo e, por isso, não consigo escrever tudo o que gostaria e do modo como gostaria. Quero fazer com que você sinta de modo bem forte todo o meu amor e toda a minha confiança. Abraços para toso os seus familiares; e, com a maior ternura, abraços para você e os meninos. Antonio.

(Fragmento da primeira carta escrita por Antonio Gramsci à sua esposa após ser condenado por Mussolini e preso no cárcere romano de Regina Coeli)

terça-feira, 28 de junho de 2011

A comunicação radiofônica do Movimento Sem Terra: história, panorama e desafios





RESUMO: Este artigo realiza uma discussão teórico-histórica sobre a comunicação radiofônica protagonizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Destacam-se elementos que ajudam a compreender as especificidades da comunicação radiofônica e de como elas possibilitam ao MST formas de diálogo com sua base assentada e com a sociedade. Inicialmente, reconstroem-se os elementos históricos que constituem esse fenômeno comunicacional, os quais, em seguida, articulam-se ao debate teórico de questões centrais, como: as lógicas dos usos e apropriações dessa tecnologia pelo Movimento Sem Terra e das consequentes estratégias estruturadas no debate com suas orientações político-documentais. Adiante – ancorado em aspectos históricos e contemporâneos –, apresenta-se um breve panorama da comunicação radiofônica desenvolvida pelo Movimento Sem Terra, com ênfase nas rádios Terra Livre FM, de Santa Catarina, e 25 de Maio FM, do Ceará. A partir de entrevistas com lideranças e assentados e de observação participante com os comunicadores das duas emissoras, identifica-se, enfim, que a comunicação radiofônica apresenta-se como instrumento e ator para a luta do MST. Como instrumento ou porta-voz, é apropriada como um meio a serviço da ideologia. Mas, enquanto ator, impõe algumas lógicas aos que dela se apropriam, instaurando, assim, desafios ao MST, tornando necessário o investimento em processos de ensino-aprendizagem, uma organização comunitária facilitadora da participação de sua base assentada e estratégias que assegurem ou consolidem a sua prática radiofônica como um espaço de luta contra-hegemônica.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação; Rádio; Movimentos Sociais; Movimento Sem Terra.

Co-autoria de Camila Bonassa

Artigo apresentado na CONFIBERCOM - Confederación Iberoamericana de Asociaciones Científicas y Académicas de la Comunicación

Versão completa com: j.educom@gmail.com

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O lugar do sujeito nas reflexões de Habermas



O lugar do sujeito no pensamento habermasiano é sempre um ponto importante de discussão. Habermas é comumente acusado de tentar revitalizar ou resgatar o sujeito racional, como o idealizado pela cultura iluminista. Há, inclusive, aqueles que o consideram um bom iluminista. No entanto, não se encontra em suas principais obras argumentos que sobrevalorizem um sujeito ou um indivíduo totalmente consciente, unificado ou racionalmente infalível. Pelo contrário, distancia-se do pensamento habermasiano a possibilidade de um sujeito auto-suficiente.

Estaria, então, a ação do sujeito destituída de intencionalidade própria e, por isso, sendo regulada por alguma estrutura ou sistema?

Versão completa com: j.educom@gmail.com

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mutirão na Rádio Santa Tereza


Em 1963, Che era um dos principais dirigentes do governo cubano, Ministro das Indústrias, viajava pelo mundo, representava seu povo e apertava a mão de presidentes. Mas, voltando a Cuba, colhia cana. Para ele, era uma forma de estimular os demais cubanos a também se dedicarem ao trabalho voluntário, uma das principais características do “homem novo”, um dos conceitos formulados por ele, que advogava a necessidade de criarmos uma nova dimensão para as relações entre os homens, baseadas na solidariedade e na justiça social

Neste sábado, vamos resgatar esta prática construindo o estúdio da futura Rádio Comunitária do Morro Santa Teresa. A concentração será às 13h em frente à Prefeitura Municipal. De lá pegaremos o ônibus Santa Teresa. Qualquer dúvida entre em contato com 9938-7862 / 91663354

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Problematizando a noção de Sujeito reflexivo de Anthony Giddens



O lugar, bem como as condições e limites do sujeito, é assunto recorrente e quase sempre polêmico em praticamente todas as teorias sociais contemporâneas. A centralidade da discussão sobre a modernidade feita por Giddens é ancorada em vários pontos, mas, sobretudo, a partir da noção de reflexividade dos agentes. Há uma tentativa de resgate do sujeito ativo, sendo ele indispensável para a construção positiva da modernidade. Ou seja, Giddens critica o sujeito estruturado e/ou subjetivo e parte para uma tentativa de resgate do sujeito através de reflexividade.

Segundo o autor, a noção de Reflexividade é inata ao sujeito, elevando, assim, tal noção ao status ontológico, sendo ela indispensável para o desenvolvimento não apenas das relações, mas de todos demais os sistemas sociais que o cercam. Em Giddens, muito mais que em Bourdieu, o sujeito reflexivo não estaria submetido a regras determinadas por alguma estrutura ou campo. No entanto,... continuação com j.educom@gmail.com

terça-feira, 31 de maio de 2011

Minicom publica a lista dos políticos donos de rádio e TVs no país



Já estão disponíveis no portal do Ministério das Comunicações os dados das outorgas de radio e teledifusão no Brasil. É a caixa-preta das telecomunicações que aos poucos vai sendo aberta.




http://www.mc.gov.br/radiodifusao/dados-de-outorga

sábado, 28 de maio de 2011

Sobrevivente do massacre de Corumbiara é morto em RO


Adelino Ramos, conhecido como Dinho, sobrevivente do Massacre de Corumbiara, ocorrido em agosto de 1995, foi assassinado nesta sexta-feira (27), por volta das 10h, em Vista Alegre do Abunã, na região da Ponta de Abunã, município de Porto Velho (RO)

Ele foi morto enquanto vendia as verduras produzidas no acampamento onde vivia. Ele foi morto por um motoqueiro, próximo ao carro da família onde estavam sua esposa e duas filhas.

Dinho vinha denunciando a ação de madeireiros na região da fronteira entre os estados de Acre, Amazônia e Rondônia. Ele e um grupo de trabalhadores reivindicavam uma área nessa região para a criação de um assentamento.

No início desse mês, o Ibama iniciou uma operação no local, onde apreendeu madeira e cabeças de gado que estavam em áreas de preservação. Segundo a CPT na região, isso leva a crer que esse tenha sido o motivo de sua morte.

Dinho vinha sendo ameaçado há anos e em reunião realizada em julho do ano passado em Manaus (AM), com o ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, denunciou as ameaças contra sua vida e o risco que corria. Dinho foi líder do Movimento Camponês de Corumbiara.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sob ordem do agronegócio, Câmara aprova devastação do Código Florestal


A Câmara dos Deputados decidiu hoje que o Brasil não deve ser o país do futuro. Por 410 votos a favor e apenas 63 contra, os deputados aprovaram mudanças no Código Florestal brasileiro que comprometem a biodiversidade do país e a sustentabilidade da agricultura brasileira. “O Brasil acordou hoje com a notícia do assassinato de um defensor da floresta amazônica”, disse Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, homenageando José Claudio Silva, líder seringueiro morto na véspera da votação na Câmara por madeireiros no Pará. “E foi dormir com a notícia de que a maioria dos nossos deputados aprova o assassinato de nossas florestas”.

Para virar lei, o texto votado na Câmara ainda precisa passar pelo crivo do Senado. Lá, quem sabe, os senadores evitarão repetir os vexames cometidos pelos deputados federais ao longo do processo que terminou com a votaçāo de hoje à noite. Desde o começo dos trabalhos de revisāo do Código, capitaneados pelo autor do projeto de mudança, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), os parlamentares escolheram um lado da questão. E o pior dos lados, o do agronegócio que desmata e abusa dos nossos recursos naturais. Cientistas e proponentes da agricultura moderna, que não mistura produção com desmatamento, mal foram ouvidos debaixo da cacofonia do interesses rurais atrasados que sequestraram a pauta ambiental do país no Congresso Nacional.

O projeto que passou na Câmara produziu o milagre de transformar uma legislação escrita para defender as florestas brasileiras em lei de incentivo à expansão desenfreada da agricultura e da pecuária. Ele premia o desmatamento, propondo a anistia a desmatadores, e incentiva a expansão sobre o que resta ao Brasil de matas nativas, reduzindo as exigências para que fazendas mantenham um percentual de seus terrenos com vegetação original e enfraquecendo a capacidade do governo central de gerir o patrimônio ambiental brasileiro.

Além de ameaçar a biodiversidade e a produtividade agrícola brasileira, comprometendo a qualidade dos recursos naturais que ela precisa para garantir sua capacidade de produção, o projeto de mudança da legislação florestal trará impactos negativos à diplomacia e economia do país. O texto aprovado pelos deputados federais tem consequência direta nos acordos feitos por grandes corporações consumidoras de produtos agrícolas brasileiros para livrar suas cadeias de custódia da mancha do desmatamento.

Ele também põe em dúvida a capacidade do Brasil de manter seus compromissos de redução de emissões de gases do efeito-estufa assumidos durante a conferência do clima de Copenhague, em dezembro de 2009. O desmatamento é o principal responsável pela posição de destaque do Brasil no ranking dos países que mais contribuem para o aquecimento global (é o quinto maior emissor de gases-estufa). E depois de uma tendência de queda das taxas de derrubada na Amazônia nos últimos cinco anos, ele voltou a subir na região.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgou na semana passada que o desmatamento na Amazônia em abril havia sido 570% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado. “Há uma clara corrida pelo desmatamento incentivada pelas modificações efetuadas no código”, diz Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace. “Quem está em campo sabe que essa explosão do desmatamento não é comum nessa época. A devastação geralmente começa no período da seca.”

A votação na Câmara Federal joga os holofotes da questão ambiental no Brasil para cima da presidente Dilma Roussef. Ela prometeu, durante a campanha eleitoral no ano passado, que vetaria qualquer legislação que implicasse em aumento do desmatamento ou anistia a desmatadores. Também assegurou que não recuaria do compromisso assumido pelo seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80%. Mas seu governo praticamente lavou as māos em relação ao que aconteceu na Câmara.

A decisão dos deputados de atropelar os compromissos do governo federal colocam em questão a credibilidade do país para sediar, no ano que vem, a Rio + 20. “A capacidade do Brasil de liderar uma ação global contra o desmatamento e as mudanças climáticas está sob sérias dúvidas”, diz Adario. “Se Dilma não agir para influenciar as decisões do Congresso no sentido de manter a proteção à nossa biodiversidade, seu governo terá sucumbido aos interesses do agronegócio, comprometendo a posição internacional do país”.

domingo, 15 de maio de 2011

Chapecoense derruba previsão da RBS-SC


Chapecoense derrubou a opinião dos que se autodenominam os gurus do esporte catarinense.


A soberania do Grupo RBS foi ferida neste último final de semana. O franco atirador: Chapecoense, time do oeste e campeão catarinense 2011. Considerada o deus Hermes por muitos sulistas – o deus mensageiro dos demais deuses - o referido grupo multimidiático passou batido e nem de raspão emplacou as previsões feitas no início e durante o campeonato estadual.

Seus jornalistas, radialistas e palpiteiros esportivos anunciavam, desde Floripa, que o título dificilmente escaparia do litoral. Tiro pela culatra. Na teletransmissão da grande final, o comentarista do grupo Sirotsky deixou escapar várias expressões: "poucos esperavam esse resultado"; "o futebol do oeste surpreendeu", “as previsões não apontavam nessa direção”.

Isso nos dá margem para questionarmos a credibilidade de uma rede de comunicação que, discursivamente, diz-se catarinense, mas que na prática não se sustenta. A sua falta de pontaria nos palpites esportivos é revelador de outro problema: a prática jornalística distante dos contextos, que ocasiona a disseminação de informações atropeladas e pouco investigativas.

Exemplos são encontrados facilmente. Basta folhearmos as páginas do Diário Catarinense para encontrarmos a superioridade de matérias sobre o litoral em detrimento das outras regiões do estado. Diário Catarinense? A título de ilustração, o referido grupo midiático também é proprietário do Jornal de Santa Catarina, que, na realidade, é o jornal de Blumenau. Como morador do meio-oeste, jamais encontrei, se quer, um “Jornal de Santa Catarina” circulando pela minha cidade. Santa Catarina é, geograficamente, um dos menores estados do país e poderá ficar ainda menor se os jornais do grupo RBS não ampliarem a sua prática jornalística às demais regiões do estado.

Não dá para generalizar. O extremo e o meio-oeste aparecem lá pelas tantas; em matérias miúdas; nas páginas policiais; quando a divisão do prêmio da mega-sena vai parar na delegacia; quando OVNIS são flagrados sobrevoando a região; etc. na mesma direção, a região serrana é capa de jornal quando a festa do pinhão se aproxima ou quando os termômetros de Lages ganham dos de São Joaquim ou dos da Serra Gaúcha. As regiões oeste e meio-catarinense são para a RBS eventos fora de época ou visíveis apenas quando algo de inesperado por ali acontece.
Por um momento, até achei que este argumento estaria superado. Na semana que antecedeu o dia das mães, deparei-me com uma considerável reportagem sobre a região meio oeste. Miragem. Nada de novo, pois o teor da cuja reportagem versava sobre o grande índice de mortes ocorridas nas rodovias de Lebom Régis e Joaçaba.

Mortes, polícia, acidentes, enchentes e, logo mais com a estiagem, novos retratos cumprirão a obrigação de se falar da outra ponta do Estado. Não dá para se generalizar, pois, de vez em quando, alguma notícia menos negativa é veiculada. Mas em comparação com totalidade, a mesma se torna exceção que apenas confirma a regra: o oeste e o meio oeste catarinense são matéria prima de segunda, necessária para esquentar o investimento publicitário de algumas empresas.

Antigamente havia certo contraponto feito pelo jornal À Noticia. Mas, quando se tornou ameaça comercial para os cofres da grande rede, logo foi comprado, tornando-se, hoje, o filhinho pródigo da grande rede. O mesmo ocorreu com a extinta TV Catarinense, que acabou abaixando a antena, tornando-se mais uma sucursal da bendita rede. Ou seja, mais uma sucursal que pouco infere na cobertura final, pois as pautas são definidas pela central lageana e supervisionadas pela equipe jornalística lá do litoral.

Tudo bem, até poderemos usar o argumento de que a RBS possui sucursais em Chapecó e em Lages, mas o que há de ser questionado é o grau de representatividade ou de qualidade dos conteúdos produzidos em detrimento das gerencias editoriais que se localizam desde a grande mãe Rede Globo, o grande pai RBS-Porto Alegre e a filha bastarda RBS-Florianópolis. Ou seja, nesse processo mais ou menos vertical, a produção informacional local fica comprometida e descaracterizada. Qual o programa local realizado pelas sucursais do interior do Estado? Programa Patrola de Poa/Floripa? Galpão Crioulo da família Fagundes e de seus convidados?

Enfim, parabéns ao time da Chapecoense, que forçou a hegemonia da baita rede; esverdeou as páginas dos seus jornais na segunda-feira e derrubou a opinião dos que se autodenominam os gurus do esporte catarinense. Mas para isso precisou ser campeão; ser extraordinário, caso contrário, nada seria para a rotina produtiva de uma rede que se diz catarinense.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

GRUPO RBS e Grizotti são condenados por informações inexatas



Ação envolve publicação de matérias sobre uma rádio comunitária

O repórter Giovani Grizotti, a RBS TV Porto Alegre e a Zero Hora Editora Jornalística foram condenados a pagar R$ 15 mil de indenização ao Conselho Cultural e Artístico Pedras Brancas (de Guaíba-RS) e a seu dirigente Walter Luis Lopes, por publicarem matérias com informações inexatas sobre uma rádio comunitária. Conforme divulgado no site Espaço Vital, a sentença foi dada pelo juiz Giovanni Conti, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre, na última semana. Ainda cabem recursos de apelação ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS).

Em 2007, os réus publicaram nas mídias impressa e televisiva reportagens informando que o empreendimento Rádio Jovem Comunitária de Guaíba era uma rádio pirata. Segundo o processo, foi mencionado nas publicações que as atividades de trabalho de Walter Luis Lopes teriam ligações com atividades criminosas. Conforme os denunciantes, "o segundo autor detinha pedido de licenciamento junto à Anatel desde o ano de 2001, sendo que, na época da reportagem, a rádio sequer estava funcionando". Eles reforçaram que "são falsas as afirmativas, uma vez que os autores não emitiam ondas sonoras impróprias, como foi dito nas reportagens".

A contestação dos réus sustentou que as matérias "limitaram-se a noticiar um acontecimento verídico: existência de rádios ilegais que interferem na comunicação entre pilotos e torres de controle de aeroportos brasileiros e o fechamento de transmissora clandestina em Guaíba, pela Anatel". Ainda foi afirmado que "as reportagens foram feitas a partir de informações prestadas pela Anatel e pela Polícia Federal".

Na sentença, o juiz Conti dispôs que "os autores da ação lograram êxito em comprovar que tinham um processo no Ministério das Comunicações de pedido de licenciamento para regularizar a execução de serviço de radiofusão comunitária em Guaíba”. Conforme Conti, no momento da reportagem, os equipamentos da rádio estavam lacrados, devido à espera da autorização oficial e, não pela alegação de que a frequência utilizada pela rádio prejudicava a comunicação entre pilotos de aviões e controladores de voo do Aeroporto Salgado Filh. O magistrado também ressaltou que a liberdade de imprensa quando exercida abusivamente, "haverá de ocasionar a necessidade de reparação no âmbito da responsabilidade civil".

A sentença também condena a emissora de televisão e o jornal "a retratarem os danos, no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os mesmos caracteres e sob a mesma epígrafe; ou na mesma estação e programa ou horário".

terça-feira, 26 de abril de 2011

CHERNOBYL, 25 ANOS: Mortes podem chegar a 100 mil


A dimensão da tragédia é maior do que assistimos ou imaginamos.

O dia 26 de abril de 1986 será lembrado para sempre. Passados 25 anos, Chernobyl é o pior acidente nuclear registrado na história da humanidade, pois as consequências, além das inúmeras vidas ceifadas naquele momento, também se prolongam na vida dos sobreviventes. Muitos deles continuam sobrevivendo em condições subumanas, convivendo com doenças e demais problemas causados pela irradiação nuclear.

Não há dúvida de que esta data condenou para sempre a vida daquele povo. Cientistas afirmam que as consequências da explosão poderiam ser menores se as autoridades não tivessem demorado tanto em avisar a população para que deixasse o local. Além disso, um exército de operários, sem equipamento apropriado, passou seis meses construindo uma estrutura de isolamento sobre o reator. Nenhum trabalhador sobreviveu.

É difícil de imaginar que as invenções humanas possam trazer consequências para uma vida inteira, destruindo e causando dor mesmo depois de 25 anos de seu ocorrido. A dimensão da tragédia é maior do que assistimos ou imaginamos. Ela devastou, além de corpos, os sonhos do povo ucraniano de maneira irreversível e cruel. Os doentes, vítimas da irresponsabilidade das autoridades, carregam em si a marca da destruição radioativa que se torna o estigma de um dia que jamais terminou.

O tamanho real da tragédia

Um estudo realizado pelo Greenpeace aponta que as mortes ocorridas nesse desastre, na Ucrânia, na Belarus e na Rússia, chegam a 100 mil. No entanto, autoridades locais ainda manipulam os dados ao insistirem que o número de vítimas não ultrapassou a marca de 15 mil pessoas. No mês em que se completam os 25 anos do desastre, o cenário nos arredores da usina nuclear é horrível. Não há vegetação ou qualquer possibilidade de sobrevivência humana, animal e vegetal.

O relatório "As consequências na saúde humana da catástrofe de Chernobyl" revela que nos últimos 15 anos 60 mil pessoas já morreram na Rússia. Este mesmo relatório ainda evidencia que a radiação é responsável pelo aumento do número de casos de câncer, de doenças cardiovasculares e de afecções nos sistemas imunológico e endócrino que têm ocasionado aumento da taxa de envelhecimento populacional. Ocorreu também o aumento do número de malformações fetais, mutações cromossômicas e doenças psicológicas. Outros efeitos drásticos ainda afetam a economia local. Mais de 300 mil famílias perderam suas terras ou foram remanejadas para áreas improdutivas.

Não é novidade que a imprensa local, subsidiada por multinacionais interessadas na reativação de novos reatores, tenta esconder os fatos, sobretudo os de que, mesmo após 25 anos do desastre, a presença da radioatividade nuclear na usina está 10 vezes acima do permitido. A desinformação é, segundo relatórios científicos, um dos fatos que contribuem para o agravamento da situação.

Pesadelo criado pelo homem

A catástrofe ocorrida em Chernobyl chocou o mundo e colocou em pauta a questão do perigo das usinas nucleares: a irresponsável ambição humana construiu o que destrói milhares de vidas em apenas algumas horas. Porém, depois de Chernobyl continuaram a investir em usinas nucleares mesmo sabendo dos graves riscos às pessoas. O acidente nuclear destrói vidas, sonhos e transforma tudo em um pesadelo sem fim. O perigo representado pelas usinas nucleares e o risco de contaminação por meio da radiação é grande. Então, qual é objetivo de se investir algo tão destrutivo?

Neste ano, podemos conferir mais um caso desastroso de acidente na usina nuclear de Fukushima, Tokyo Eletric Power (Tepco) no Japão, que resultou em 13.590 mil mortos e 14.447 desaparecidos. Embora este desastre com a operadora nuclear não tenha a mesma proporção de destruição de Chernobyl, acabou despertando a "radiofobia" (medo de ser contaminado por material radioativo) no mundo inteiro. Devido às emissões radioativas, milhares de famílias japonesas tiveram de deixar suas casas. Nem a água potável sobrou, evidenciando o quanto é frágil e perigosa a estrutura de uma operadora nuclear.

O homem é um ser criativo. Constrói milhares de coisas, mas a ambição e a ganância por dinheiro e sucesso individual ocasionam efeitos diretamente devastadores na vida de outras pessoas. Chernobyl e Fukushima deixam um desastroso legado à humanidade: recém-nascidos deformados, proliferação de doenças terríveis e outras somas de dor sem fim. Não há sentimento ou atitude política e econômica capaz de reparar as vidas perdidas. Esta data também serve pra relembrarmos o quanto é ínfimo e limitado o poder humano. É o resultado de um egoísmo cruel, que levou milhares de vidas em troca da acumulação de riqueza. O dia 26 de abril de 2011 marca os 25 anos de um pesadelo criado pelo homem. Pesadelo pensado e mantido por uma inconsequência que ignorou as vidas que estão ao seu lado. A chama devastadora de Chernobyl permanece na lembrança e aprisiona consigo a vida e a morte de suas vítimas.

Por Éderson Silva e Joel Felipe Guindani. Publicado em:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=639JDB010