Só existe comunicação se antes existir a disposição do
outro. A alteridade é condição fundamental para o processo comunicativo. Para
Bakhtin (2003 p.302)
Ao falar sempre levo
em conta o fundo aperceptível da percepção de meu discurso pelo destinatário:
até que ponto ele está a par da situação, dispõe de conhecimentos especiais de
um dado campo cultural da comunicação; levo em conta as suas concepções e
convicções, os seus preconceitos (do meu ponto de vista), as suas simpatias e
antipatias – tudo isso irá determinar a ativa compreensão responsiva do meu
enunciado por ele.
Nossas produções
comunicacionais precisam convidar o leitor a preencher os vazios deixados
propositalmente pelo egoísmo do enunciador. Segundo Umberto Eco (1982 p. XI)
(...) um texto que não só requer a cooperação do
próprio leitor, mas quer também que esse leitor tente uma série de opções
interpretativas que, se não infinitas, são ao menos indefinidas, e, em todo o
caso, são mais que uma. (...) Como princípio ativo da interpretação, o leitor
constitui parte do quadro gerativo do próprio texto.
Alteridade como sentido e ação receptiva concreta do outro,
da diversidade, do ser em comum...
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BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV). Estética da criação verbal. (Trad.
do francês Paulo Bezerra). 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ECO, Umberto. Lector
in Fabula: a cooperação interativa nos textos narrativos. São Paulo:
Perspectiva. 1983.