quinta-feira, 26 de julho de 2012

Comunicação é alteridade



Só existe comunicação se antes existir a disposição do outro. A alteridade é condição fundamental para o processo comunicativo. Para Bakhtin (2003 p.302)

Ao falar sempre levo em conta o fundo aperceptível da percepção de meu discurso pelo destinatário: até que ponto ele está a par da situação, dispõe de conhecimentos especiais de um dado campo cultural da comunicação; levo em conta as suas concepções e convicções, os seus preconceitos (do meu ponto de vista), as suas simpatias e antipatias – tudo isso irá determinar a ativa compreensão responsiva do meu enunciado por ele.

Nossas produções comunicacionais precisam convidar o leitor a preencher os vazios deixados propositalmente pelo egoísmo do enunciador. Segundo Umberto Eco (1982 p. XI)

(...) um texto que não só requer a cooperação do próprio leitor, mas quer também que esse leitor tente uma série de opções interpretativas que, se não infinitas, são ao menos indefinidas, e, em todo o caso, são mais que uma. (...) Como princípio ativo da interpretação, o leitor constitui parte do quadro gerativo do próprio texto.


Alteridade como sentido e ação receptiva concreta do outro, da diversidade, do ser em comum...

Saiba mais em....j.educom@gmail.com

BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV). Estética da criação verbal. (Trad. do francês Paulo Bezerra). 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.

ECO, Umberto. Lector in Fabula: a cooperação interativa nos textos narrativos. São Paulo: Perspectiva. 1983.