terça-feira, 16 de outubro de 2007

O caso Fernando Coelho: Politicagem, Política e Esperanças!


Amigo (a) Leitor (a). De início, quero esclarecer que este espaço é um meio utilizado para se evidenciar o “óbvio que passa despercebido”. Também anseio aqui, denunciar ações injustas de nosso cotidiano, centrando a mira nos abusos causados pela força do “caciquismo político-ideológico”* de nossa terra.
Pois bem! Um dos casos que venho analisando é a conjuntura política e judicial pela qual o Prefeito Fernando Coelho (Erval Velho) está submetido: Preso há mais de quatro meses, em “suposta preventiva”, somente para não atrapalhar as "supostas" investigações de "supostas" irregularidades inferidas contra sua pessoa. Parece-me que vivemos em tempos em que as suposições e hipóteses prevalecem sobre as verdades.
Antes de entrar em algumas especificidades do caso, gostaria de refletir sobre os fundamentos que legitimam esse lamentável acontecimento.
Bem sabemos que a prisão do Fernando é nada mais do que “embrulhos” de uma dita “justiça” e de embolações políticas históricas. Percebo também, uma esperta artimanha sendo utilizada pela acusação: a “misteriosa” morosidade judicial servindo de bode expiatório e como base para legitimar a sua cassação (Prefeito Fernando).
Como diz o meu vizinho - “Isso é primeiro um caso de política e não de polícia”. Pura verdade! O Prefeito Fernando é vítima de um esquema político, de uma política que deveria morrer antes mesmo do próximo nascer do sol. Bem nos alertou Dom Pedro Casaldáliga em uma de suas cartas: “Essa política deve morrer. Já é mundialmente uma política morta para a sociedade que quer viver humanamente e construir um futuro autenticamente democrático, humanizador, participativo, sem essas desigualdades e injustiças que clamam ao Céu”.*
Esse tipo de política, popularmente conhecida como “politicagem”, já encontra repouso há muito tempo em nossas redondezas. É sob seu discurso pseudo-democrático e sempre engravatado que se sustentam infindáveis negociações e favorecimentos, porém sempre em mão única, em benefício dos mesmo que amarelam e amam o lado lucrativo do poder.
Este sistema Político-Judicial, que posterga a liberdade do Prefeito Fernando, é há muito tempo um grande e bom negócio, uma forma de recurso utilizado para suceder sempre os mesmos no poder, abertamente em nome de poucos, sempre distante do povo; é a política que possibilita e consagra o ditado eleitoreiro: “uma mão lava a outra”.
Porém, amigo leitor, amiga leitora; existe outra política, a qual se faz necessária, pois todos nós somos políticos por natureza. Somos seres de relações, não estamos isolados, fazemos parte de uma organização, de um processo político-organizativo chamado sociedade. A verdadeira política, a qual estamos inseridos, é mais que uma dimensão partidária ou de poder, ela abrange e estrutura todas as dimensões da vida social, desde o preço do feijão até as esferas econômicas mais complexas.
Neste sentido, temos sim que nos envolver e fazer política, não a “politicagem”, a coisa suja, ganha no tapete. Mas não desanimemos, pois algumas pessoas nos indicam formas de se fazer a política limpa de fato:
Nos últimos dias, mais de “1600 cidadãos” de Erval Velho se organizam e assinam seus nomes e sobrenomes em um “abaixo assinando”, evidenciando assim, a superioridade popular frente ao insignificante número dos processantes ou acusadores: apenas 02 (dois). Uma boa diferença hein!
Eis aí, expresso no “abaixo assinado”, noções de uma verdadeira política, a que nasce dos desejos e da necessidade da maioria; Esta sim é uma prática política necessária, humana e social, que brota do sonho por justiça em favor da verdade.
Que este povo continue caminhando, nos dando o exemplo e construindo novas formas de esperanças em favor da vida.

Fontes de pesquisa:

Adital*. Dom Pedro Casaldáliga. Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e um dos mais importantes militantes brasileiros pelos direitos humanos

SODRÉ, Muniz. Antropológica do Espelho: Uma teoria da Comunicação linear e em Rede. Rio de Janeiro. Cortez. Petrópolis, Rio de Janeiro, 2005

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