segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Fazer... Fazer e Fazer...Para isso que você vive?


Amigo leitor, amiga leitora

O nosso papo de hoje é curto, porém muito importante. Não vai tomar mais que 5 minutos de seu tempo. Prometo!
Se o que vou dizer fizer sentido, ficarei muito agradecido e feliz. Se não fizer sentido, é só esquecê-lo, ou melhor, mande-me um e-mail falando o que quiser.
Neste momento estamos girando com o universo. Eu, há mais de duas décadas, sou uma pluma neste redemoinho da existência.... Até quando não sei, mas por enquanto aqui estou... Ou melhor, aqui “estamos”.
Há poucos dias, recebi de meu irmão um e-mail interessante... Muito refleti sobre isso. Pois bem:
Certa hora, “começamos a questionar o valor de estarmos e vivermos aqui pelo simples fato de acordarmos da rotina e percebermos que estamos aqui unicamente para “fazer”... “fazer”... “fazer” e fazer....
E que este “fazer” não tem um sentido, a não ser esvair-se nele mesmo! Um “fazer”, em muitas vezes, “vazio”...
Somos pressionados com prazos, com metas para “fazer” sem limites. E vemos que o limite está no aumento do limite da conta bancária da elite financeira do planeta... Percebo que o que nos sobra é somente as migalhas...
Perguntemos-nos: Será que o sentido do verdadeiro “fazer” não está naquilo que ainda não fizemos...? Vamos lá gente! Busquemos e lutemos pela nossa liberdade!
Coletivamente nos unamos na busca pela liberdade, pela rejeição a toda forma de pressão, de metas que tem como único objetivo concentrar a renda da elite planetária...
Isso não é besteira ou só indignação da boca pra fora; é a nossa realidade:
Um estudo recente do Observatório da Cidadania mostrou que “358” supermilionários detêm a mesma riqueza que os 46% da população mundial mais pobre, ou seja, cerca de “2,4 bilhões” de pessoas... E mais:
Nas manchetes dos jornais, lemos há poucos dias: “Lucro do Banco Itaú atinge quase R$ 4 bilhões e bate recorde histórico”.
Busquemos na cultura, na musica, na poesia, na espiritualidade o nosso ser transcendente, livre... Não busquemos esse fracasso mascarado de sucesso oferecido a nós pelo sistema capitalista que enriquece apenas 358 pessoas....
Busquemos nos irmanar nas dores do fracasso coletivo. Rejeite a idéia de que “você” pode ter sucesso!
A busca pelo sucesso individual nos leva a sermos reféns do nosso “fazer”: a nossa rotina individual, nos levará ao fracasso humano!
Repudie as receitas do mundo da imagem. Como são pobres e mesquinhas as pessoas que aceitam reduzir sua vida ao status e à imagem!
Abandone a idéia de que o Segredo está em você e passe a olhar para os lados e construir coletivamente a sociedade, o seu mundo, o seu bairro!
A concentração de renda aumenta a cada ano e continuamos iludidos com as migalhas que nos caem através dos discursos ideológicos do sucesso individual!
Fujamos da ilusão dos conceitos: empreendedorismo, criatividade, brechas do mercado, oportunidades de negócio, vestir a camisa da empresa, etc. etc.!!!! Não podemos continuar sendo um simples “fazer”... Um “fazer” sem sentido e sempre distante do nosso mais profundo desejo...
Viver em condomínios fechados, carros blindados, corações blindados; é esse o seu sonho?
Não quero essa ilusão para mim!
Este é um Relato de um estudante e trabalhador brasileiro de classe média”...

Um comentário:

Franciele Zarpelon Corrêa disse...

Fazer e fazer....Essa reflexão me fez lembrar de um filme, produzido na década de 30, mas que até hoje é lembrado devido a própria crítica contida no mesmo. Estou falando de, Tempos Modernos - Charles Chaplin.
Pois bem, nele encontra-se o capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias subversivas.
Sendo assim, essa produção cinematográfica, busca explorar as desigualdades sociais existentes na época, onde uma sociedade capitalista explora a classe operária, que por sua vez, sustenta todo conforto e diversão da burguesia.
Mas, voltando a questão: fazer, fazer e fazer... Quero crer que não buscamos viver somente para isso, de forma mecanicista, como é mostrado nas cenas de Tempos Modernos.
Somos seres repletos de potencialidades, muitas vezes pouco usufruídas, é verdade... Mas mesmo assim, devemos ter objetivos maiores, onde a coletividade seja a principal bandeira. Pois, é nela que ganhamos força para mudar a estrutura de tudo que impede a nossa liberdade.
As indagações presentes no artigo: “Fazer...Fazer e Fazer: Para isso que você vive?” podem ser o “ponta pé” inicial para que pensemos melhor em nossas atitudes. Tenho certeza que não queremos ser reconhecidos como “Homem ou Mulher Máquina”. Somos muito mais e nosso “capital intelectual” não pode ser desprezado.


Fontes: www.historianet.com.br
http://educacao.aaldeia.net