segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Prisões, politicagem e esperanças: Até aonde vai o desejo humano?


Creio que de nada adianta querer amarrar um Leão em perna de mesa... Dentro de cada um de nós existe uma força divina, sobre-humana. Marx, Filósofo alemão estava certíssimo ao gritar para os generais do governo prussiano: “Podem me prender, as grades não serão limites para o meu mundo e muito menos para as minhas idéias”!
Mas nesta humana vida, muitos são os sistemas que tentam amordaçar a vitalidade de nossos desejos.
Na verdade, o sistema prisional é isso: lugar de se prender aqueles que desejam demais. Seja por causa de desejos positivos ou negativos. Por desejos ruins são inúmeros, mas por desejos bons são muitos os casos, os exemplos. Este último nos causa indignação.
Ficamos revoltados ao identificarmos pessoas sendo presas pelo simples fato de desejarem a transformação da vida, do bem comum. Jesus Cristo foi um destes casos, aprisionado por que desejava incondicionalmente o amor.
Creio que até hoje Pilatos não entende. Na época, chegou a repetir por três vezes: “Mas qual foi o crime dele? Não vejo neste homem nada que faça com que ele mereça a condenação”. (Lucas 23:22). Mesmo assim o prenderam, crendo que este seria o seu “fim”... Pura besteira!... Seus desejos eram tão intensos que Ele está mais vivo do que nunca!
Tenho como verdade que em todos os tempos os grandes “doutores da lei” nunca gostaram daqueles que despertam além dos próprios desejos também os desejos do povo, pois ao povo cabe apenas dar à Cezar o que era de Cezar, sem muito desejar para si, sem questionar que, este imposto pago à Cezar era na verdade a força dos próprios desejos materializados em uma moeda.
No entanto, poucos se interessavam e se organizavam, possibilitando e legitimando assim as “misteriosas tramas político-Judiciais” que, ainda hoje ganham corpo e fazem novas vítimas.
Amigo leitor, amiga leitora! Percebi esta ação injusta sendo praticada até com uma árvore plantada numa rua do centro de uma velha cidade... Quem a plantou, pôde não imaginar que em sua pequenez habitava grandes desejos.
Esta árvore foi crescendo, crescendo pela força de seus desejos. Ela foi tomando conta da rua da velha cidade. Pela sua naturalidade, foi a cada dia desejando às pessoas mais vida, presenteando-as com um ar “novo”, mais “puro” e “transparente”. Até que um dia, pessoas ignorantes, por não compreenderem a grandiosidade de seus desejos, resolveram a enquadrar num sistema: o de corte.
É que no fundo, essas pessoas e outras mais, dependiam das coisas sujas e poluentes da velha rua. Preferiam as impurezas, meios pelos quais disfarçavam e confundiam seus “misteriosos” e encardidos sustentos.
Tentaram então matar a companheira árvore. Era mês de Junho, forte do inverno. Em um lampejo a cortaram. Mas foi em vão. Ela não morreu, pois seu tronco desejante ali ficou. A árvore teve paciência e esperou a primavera. Como o seu desejo pela vida era incomensurável, novos e mais fortes ramos começaram a brotar.
Era anoitecer de uma sexta feira quando o povo da velha rua foi tocado por esta divina força. Imbuídos de alegria, ao redor dela começaram a construir um lindo jardim. Hoje, aquela mesma árvore, morta para alguns, é o que dá mais vida e esperanças, colorindo de sorrisos a nova rua.
Que nós, a exemplo dos que muito nos ensinaram sobre a arte de desejar, possamos sempre almejar o infinito, o ilimitado. Mas que este desejar seja partilhado em favor de um bem maior do que algo egoísta e pessoal.
Ao final, possamos terminar cantando com Raul Seixas... “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só... Mas sonho que se sonha junto é realidade...!!! Boa reflexão!!!

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