sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desconstrução metodológica na experiência da pesquisa de campo



Ao mesmo tempo em que a complexidade social questiona a utilização de teorias gerais, a pesquisa de campo problematiza a mera aplicação metodológica.

Este pode ser mais um sinal de que a metodologia não é apenas algo definido bibiograficamente ou pronto para ser aplicado de maneira instrumental. Tal reflexão até pode ser consenso para muitos pesquisadores, no entanto, para quem inicia uma pesquisa, esse entendimento precisa ser problematizado ou comprovado empiricamente, pois os primeiros passos de uma investigação são sempre em busca de segurança metodológica. Segurança que, no andar da pesquisa, vai se mesclando com imprevistos e novidades, os quais transformam a metodologia num espaço dinâmico e em permanente desconstrução.

Este artigo é fruto de uma combinação entre teorizações e fatos de uma pesquisa de mestrado, que revela a experiência de campo como lugar privilegiado de/para desconstrução metodológica. A noção de ‘desconstrução’ relaciona-se à importância da ‘processualidade’ em detrimento do ‘acabado ou estático’; condiz com ações metodológicas distantes de um positivismo racionalista, especialmente com investigações que não se reproduzem apenas a partir de técnicas construídas previamente à pesquisa de campo. O artigo também aborda o caminho metodológico anterior à incursão empírica e suas fragilidades quando fecha-se sobre si mesmo, mostrando, assim, como este fator, posteriormente, foi determinante para a identificação da pesquisa com os aportes metodológicos da Etnografia e Pesquisa participante.

Sem relativizar a elaboração prévia de um guia metodológico, o presente artigo enaltece o aspecto da ‘novidade’ que emerge durante a experiência de campo como fator constituinte do processo de desconstrução metodológica. Num constante fazer, a noção de desconstrução metodológica exige do pesquisador um olhar atento, dinâmico e uma postura disponível à co-participação na vida do universo investigado. Assim, a desconstrução metodológica situa-se como oportunidade à prática da alteridade, que considera indispensável a heterogeneidade das vozes e saberes para o seguir pesquisando.

Versão completa com: j.educom@gmail.com

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