terça-feira, 29 de março de 2011

Ciro Marcondes Filho ministra aula inaugural na Unisinos

Com um discurso objetivo e ideias construídas a partir de esclarecimentos conceituais sobre a comunicação, o professor Doutor Ciro Marcondes Filho, da Universidade de São Paulo, escrutinou o ano letivo do Programa de Pós-Graduação em Ciências da comunicação da Unisinos com a tese de que "a comunicação não é uma ciência aplicada". Seus argumentos explanaram que a pesquisa em comunicação realizada no Brasil é pouco reconhecida no exterior. Isso, para Marcondes Filho, deve-se a dois fatores. O primeiro é o desconhecimento dos pesquisadores estrangeiros sobre os trabalhos desenvolvidos em nosso país e o segundo é a falta de originalidade investigativa dos pesquisadores brasileiros.

A falta de originalidade amarra-se, em seu discursos, na incapacidade da pesquisa em comunicação brasileira romper com os paradigmas consagrados, sobretudo, com os métodos investigativos, que segundo ele, contaminam a natureza fenomenológica do objeto. "Devemos seguir o objeto, observá-lo e registrá-lo, dizer o que você viu, sem a preocupação de dar respostas ou de dizer o que se deve ou não se deve no modo de abordá-lo". Destaca.

Ao final, Marcondes revela seu guia investigativo fenomenológico: o Metaporos. Não sendo um método, como o usualmente construído e utilizado pelas ciências tradicionais, o Metaporos está aberto às definições do movimento objetal e não se incumbe de síntese ou de uma narrativa que cerque ou impossibilite a sua livre manifestação e apreensão.

Essas afirmações provocaram um rico debate de consensos e de insatisfações. Como o campo da comunicação terá legitimidade social e científica se ele inutilizar a matriz histórico-geradora e organizativa de todas as ciências que é o método?

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