sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, Prêmio Nobel, Comunista, e filho de analfabetos


Foto: Sebastião Salgado

Intervir...

"Inventámos uma espécie de pele grossa que nos defende dessa agressão da realidade, que nos levaria a assumi-la, a percebermos o que se está a passar e a fazer o que finalmente se espera de um cidadão, que é a intervenção".

Organização popular...

"O mal é não estarmos organizados, devia haver uma organização em cada prédio, em cada rua, em cada bairro, Um governo, disse a mulher, Uma organização, o corpo também é um sistema organizado, está vivo enquanto se mantém organizado, e a morte não é mais do que o efeito de uma desorganização,… ("Ensaio Sobre a Cegueira")



"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

"...O importante foi ter vindo,
o importante é o caminho que se fez,
a jornada que se andou"


“Tirou o pequeno aparelho do bolso exterior do casaco e ligou-o (...) o ponteiro de sintonização continuava a extrair ruídos da pequena caixa, depois fixou-se, era uma canção, uma canção sem importância, mas os cegos foram se aproximando devagar, não se empurravam, paravam logo que sentiam uma presença à sua frente e ali se deixavam ficar, a ouvir com os olhos muito abertos na direção da voz que cantava, alguns choravam, como provavelmente só os cegos podem chorar, as lagrimas correndo simplesmente, como de uma fonte" (Ensaio sobre a cegueira)

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