sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Egídio Brunetto, presente!


ELE PREFERIU SÓ SER HUMANO

Nas lutas por conquistas nascera pobremente
Um fiapo de espírito preso a um corpo torto
Não pretendia mais do que a fronte via
Nem se apegava ao pouco que juntava.
Tornou-se ele em si em meio aos outros
Um figurante, um jovem, um campeador...
Queria um pouco do muito que importava
E o que importava tornava-se valor.

Aprendera a sonhar, a sorrir, a fazer graça....
Das próprias deficiências trazidas como herança
Tornou-se astuto e ao mesmo tempo o fruto
De uma colheita pelas suas mãos feitas.
Que belos rastros marcou pelo caminho
Formando linhas de solas em fileiras
Se o Céu com lágrimas desmanchar o exemplo
Cada pisada marcada será uma bandeira.

Tornou-se homem formado em meio ao gênero
Paciente e calmo plantava nas consciências
Sobre as barreiras queria formar as sementeiras
Para os cultivos dos braços combativos.
Não pretendeu ser mais do que cresceu;
Cresceu rasteiro como o oceano
Se em seu lugar comum seria brilhar
Ele ao passar quis ser somente humano.

Deixa-nos e leva-nos ao raciocínio
Ao pensamento do tudo praticado
Como quem diz: tudo o que disse, fiz;
Mas há fazer ainda por dizer.
E se amanhã nas frontes levantadas
Brilhar o Sol com raios vencedores
Brilha por ti por sempre ter estado
À frente, ao lado, da prática dos valores.
 
Ademar Bogo
28/11/2011

Egídio Brunetto, dirigente do MST, que atuava no Mato Grosso do Sul, morreu em um acidente na rodovia MS 164, na tarde desta segunda-feira (28/11).
Filho de camponeses sem terra, trabalhou desde a infância na roça e, sempre muito esperto e indignado, envolveu-se com a pastoral da terra na região oeste de Santa Catarina, e se transformou em militante do MST desde a década de 80.

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