quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Mortes do Vôo da TAM: 189. Mortes diárias causadas pela fome: 24 mil!


É evidente e justa a compaixão do povo brasileiro para com as vítimas da tragédia do Vôo 3054 da TAM. Aparentemente, a mídia se mostrou um poço de sensibilidade concedendo um total espaço ao fato ocorrido. Porém não sejamos ingênuos! O aumento da audiência, devido à tragédia, também proporcionou a essa mesma mídia um faturamento ainda maior.
Há muito tempo, a pauta dos grandes veículos de comunicação vem sendo orientada pela crise do setor aéreo. São as câmeras flagrando a irritação, o desconforto das pessoas dormindo nos bancos, reclamando impaciente pelos atrasos ou cancelamentos...
Um dos angustiantes apelos televisados foi o de uma linda jovem que teve dois dias de suas férias atrasados por motivo de cancelamento de um vôo: Ela ia fazer compras em Las Vegas nos EUA.
Através das palavras desta jovem, indignada por não satisfazer o seu mundo “Dionisíaco”, do prazer; percebemos que a crise aérea afeta principalmente a uma classe específica. Não estou generalizando, pois em algum momento, alguém da classe pobre já viajou ou irá viajar de avião. Porém, está probabilidade é bem remota à grande maioria que mal apenas tem a sorte de uma carona para se locomover.
Enquanto isso, as atenções e os investimentos se voltam ao setor aéreo. É necessário o investimento neste setor, porém, que tenhamos a sensibilidade para com um número maior de vidas, afinal, por dia são 24 mil pessoas morrendo por conseqüência da fome no mundo. Essas mortes são reais mesmo não sendo mostradas pela TV.
Que possamos abrir os olhos e cobrarmos investimentos de acordo com as necessidades mais urgentes. Frei Beto nos aponta algumas saídas: “No Brasil, reduzir o analfabetismo entre mulheres em apenas 1% equivale a evitar 415 mortes por ano. Aumentar em 1% a rede de esgoto significa evitar 216 mortes/ano. Se o número de casas que recebem água tratada aumenta 1%, 108 mortes são evitadas/ano. E se o número de leitos nos hospitais aumenta 1%, 27 mortes são evitadas/ano. Os dados são do estudo de Mário Mendonça e Ronaldo Motta, Saúde e Saneamento no Brasil, Ipea, 2005”. (Fonte: www.adital.org.br)
Enquanto isso vamos à luta... Estamos juntos neste mesmo avião, dos impostos e taxas, mas também do direito a uma vida com mais tranqüilidade e esperança!!!

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